
A elaboração de orçamentos em projetos de infraestrutura passa por um momento de grande transformação. A presença crescente de ferramentas digitais e bases de dados públicas referenciais facilita cada vez mais a obtenção de números em tempo recorde. Contudo, essa agilidade, quando não acompanhada de conhecimento técnico e de uma análise criteriosa de cada projeto, pode levar a estimativas superficiais que não traduzem a realidade dos empreendimentos.
Segundo André Barufi, CEO da Barufi Consultoria, esse desafio se torna ainda mais relevante diante do crescimento do volume de projetos e investimentos em infraestrutura no Brasil, especialmente impulsionados pelos programas de concessões e parcerias público-privadas. Rodovias, ferrovias, portos, saneamento e mobilidade urbana estão recebendo aportes expressivos e abrindo espaço para um ciclo de modernização da infraestrutura nacional.
“São empreendimentos que exigem previsões realistas, e desvios orçamentários podem comprometer a sustentabilidade financeira de contratos. Preço errado é o que mais impede que obras fiquem prontas no prazo. Nesse cenário, é inevitável reconhecer também as incertezas do ambiente econômico brasileiro e mundial. Inflação, variações cambiais, oferta de mão de obra e equipamentos, além de fatores climáticos e sociais, impactam diretamente a execução de obras. Por isso, a qualidade do orçamento deve estar acima da pressa: além da engenharia, é preciso construir análises que considerem riscos, previsibilidade e financiabilidade dos projetos”, explicou Barufi.
Cada obra tem sua identidade: localização, solo, clima, prazos, logística, custos indiretos, recursos disponíveis e regras de mercado. “Orçar não pode ser um exercício de lançar preços de tabelas numa planilha, mas sim de interpretar projetos, adequar serviços e composições ao escopo e metodologia de cada obra, dialogar com fornecedores e alinhar-se ao planejamento executivo.”
De acordo com o executivo, na Barufi Consultoria, o orçamento deve ser muito mais do que uma planilha preenchida: ele precisa ser um instrumento estratégico de gestão, capaz de orientar decisões, reduzir riscos e garantir previsibilidade.
“Aqui, a agilidade trazida pelas novas ferramentas é sempre acompanhada de profundidade nos estudos e aplicação de conhecimento técnico. Somente assim se constrói uma infraestrutura sólida, eficiente e sustentável”, concluiu o CEO.