
O Sindipeças revisou para cima, de 3% para 4%, a meta de expansão do setor em 2026. Diante de faturamento estimado em R$ 275,8 bilhões em 2025, a projeção agora é atingir R$ 286,8 bilhões no ano que vem.
O crescimento será menor do que o registrado este ano, que foi de 6,5% sobre 2024 (R$ 259 bilhões), um pouco acima dos 5% projetados em julho..
Com relação aos investimentos, a previsão é a de repetir em 2026 o aporte de R$ 6,6 bilhões registrado neste ano, que foi 3% superior ao do ano passado (R$ 6,4 bilhões) por conta da implantação do Mover, programa automotivo brasileiro que concede incentivos para P&D e para a produção local de novas tecnologias.
No que tange às projeções feitas pelo Sindipeças para este ano, o mais frustrante foram os números relativos à balança comercial. A estimativa era de queda de 12,5% no déficit entre exportações e importações, mas o que se viu foi o contrário.
O saldo negativo deve crescer 15,5% este ano, chegando a US$ 15,1 bilhões, reflexo da alta maior das importações, da ordem de 12%, para US$ 23,5 bilhões, do que das exportações – expansão de 7,1%, para US$ 8,4 bilhões.
Neste ano, segundo o economista Carlos Cavalcanti, do Sindipeças, o tarifaço do presidente Donald Trump foi decisivo para um recuo de 13% nas vendas para os Estados Unidos no acumulado até novembro, o que representou uma perda de US$ 260 milhões em relação ao resultado de 2024.
Parte desse prejuízo foi compensada pelo boa performance das vendas para a Argentina, principal mercado das autopeças brasileiras. No acumulado de 11 meses, houve expansão de 15,2% nas vendas para o país vizinho.
E no campo internacional o quadro negativo deve se agravar no ano que vem. O Sindipeças projeta um déficit comercial de US$ 16,8 bilhões, 11,2% superior ao de 2025, com desaceleração no ritmo de crescimento das importações, para alta de 5%, mas com queda nas exportações de 6,1% (veja quadros abaixo).
Neste ano, a participação das montadoras no faturamento total das autopeças cresceu de 62,8% para 63,2%, enquanto a reposição teve fatia reduzida de 23,1% para 21,6% e as exportações passaram de 11,1% para 12,8% dos negócios totais do setor. O restante são negócios intrassetoriais.