Renovação da frota da Transpetro prevê configuração multicombustível

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A Transpetro tem, em diferentes estágios, três editais para a construção de um total de 16 navios previstos no atual plano de negócios da Petrobras. Nos três processos em curso, para petroleiros, gaseiros e MR1 (medium range), a empresa exige que os navios incorporem soluções de eficiência energética e de redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE), conforme as diretrizes da Organização Marítima Internacional (IMO) para a descarbonização do setor até 2050. O presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, destaca que o programa de renovação e modernização da frota da companhia prevê que todos os novos navios poderão utilizar diferentes tipos de combustíveis renováveis, além do bunker.

“Os novos navios que estamos construindo já virão com tecnologia de aceitar uma segunda opção de combustível para eles poderem funcionar”, disse à Portos e Navios. Bacci chamou a atenção que os navios de diferentes tipos de operação no mundo vão precisar estar preparados para as soluções dos chamados ‘combustíveis do futuro’ nas próximas décadas. Ele ponderou que, apesar dos avanços nos testes de diferentes insumos em desenvolvimento no transporte marítimo mundial, é preciso continuar acompanhando as decisões globais que ditarão quais deles serão adotados e qual será a disponibilidade em portos de diferentes continentes.

As novas embarcações da Transpetro poderão ser abastecidas alternativamente com biocombustíveis como o etanol, estarão aptas para atuar em portos eletrificados e contarão com equipamentos modernos que contribuirão para a redução da pegada de carbono. De acordo com a Transpetro, os futuros navios deverão ser até 20% mais eficientes em termos de consumo, propiciando uma redução de 30% nas emissões de GEE.

O presidente da Transpetro ressaltou que mesmo os principais portos do mundo não têm capacidade de ter diversos tipos de combustível para abastecer segundo a preferência de cada um. “Os navios sairão dos estaleiros já com essa possibilidade de ter outro tipo de combustível. Vamos esperar para ver qual será esse combustível do futuro”, comentou.

Bacci lembrou que a Petrobras vem obtendo bons resultados com a solução do bunker B24, porém observa que diferentes países fabricantes e armadores estudam outros tipos de combustíveis, como hidrogênio, amônia e metanol. “Qual será [a solução]? Não sabemos. (…) Ninguém consegue dizer qual será o combustível. A Petrobras oferece o B24, mas temos que pensar que poderão existir outras soluções de combustíveis do futuro”, analisou.

Em novembro, a Petrobras abasteceu três navios da Transpetro com bunker composto por 24% de biodiesel, no Terminal Aquaviário de São Sebastião (Tebar), em São Paulo. A Petrobras forneceu o biocombustível (PBio) para abastecimento dos navios Zumbi dos Palmares, com aproximadamente 1.300 toneladas, e as embarcações Rômulo Almeida e Carlos Drummond de Andrade, com cerca de 400 e 300 toneladas, respectivamente. Na ocasião, a companhia destacou que foi utilizada uma solução drop-in, que pode ser usada pela frota existente sem necessidade de adaptações técnicas, o que posiciona o Brasil como uma alternativa competitiva para o suprimento de combustíveis marítimos sustentáveis.

Etanol

A Transpetro também estuda junto à Petrobras investimentos em terminais no Centro-Oeste e, posteriormente, em dutos para transportar o etanol produzido no interior do país para regiões da costa brasileira. A empresa identifica um forte crescimento do consumo de combustível no Centro-Oeste, região onde a empresa não está presente atualmente.

Segundo Bacci, a Transpetro está preparando um projeto para apresentar para a presidente e para o conselho Petrobras, a fim de expandir os terminais da subsidiária, levando a malha principalmente para Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “Pensamos em ir para o Centro-Oeste para descer com etanol, que está crescendo muito lá. Hoje, o etanol vem ou de trem ou de caminhão. A ideia é ir para o Centro-Oeste e descer com dutos”, projetou.

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