Douglas Vaz: Apesar dos juros, construção capixaba mantém vitalidade

A indústria da construção civil é vista como o termômetro da economia. Em tempos difíceis, o setor é o primeiro a ser impactado. E se a economia vai bem, a construção responde rapidamente, com desenvolvimento, emprego e renda.

E a temperatura do termômetro oscilou. Se em 2024 o Produto Interno Bruto (PIB) do setor apresentou um crescimento de 4,1% no Brasil, o mesmo não ocorreu neste ano de 2025. Projeções iniciais apontavam para 3%, mas foram revisadas para baixo ao longo do ano, indicando um fechamento em 2,3%.

Apesar do arrefecimento, o cenário indica resiliência e vitalidade do mercado. A retomada de obras do programa habitacional do governo federal, o Minha Casa Minha Vida, puxou esse crescimento.

No Espírito Santo, o cenário para a construção civil difere um pouco do nacional. Pela própria pujança do Estado, estamos acima da média do país. Isso pode ser constatado nos dados do 45º Censo Imobiliário feito pelo Sinduscon-ES, que revela um aumento no número de imóveis sendo construídos na Grande Vitória.

O levantamento, relativo ao primeiro semestre de 2025, mostrou que estão em construção 17.177 unidades, 15,40% a mais que o censo anterior, do segundo semestre de 2024, quando estavam em construção 14.885 unidades na Grande Vitória.

O número também é o maior dos últimos 10 anos, um aumento de 4% em relação ao registrado no primeiro semestre de 2016, que apontava 16.493 unidades em construção.

Vale lembrar que, embora a atividade construtiva para oferta imobiliária, medida por quantidade de unidades em produção, esteja no maior patamar dos últimos 10 anos, ainda assim é cerca da metade da máxima histórica de 2012, que chegou a 36.461.

O segmento médio e alto padrão concentra o maior número de unidades sendo construídas, são 10.011 residenciais e no econômico (Minha Casa Minha Vida) são 6.732.

A valorização também segue ascendente.

Mas fatores como aumento da taxa de juros, burocracia e mão de obra seguem sendo desafios para a construção civil, com alerta para uma possível desaceleração mais acentuada a partir de 2026, se a conjuntura não melhorar.

A incorporação de tecnologias avançadas e práticas sustentáveis são fatores cruciais para manter o ritmo de crescimento e aumentar a competitividade do setor. Por conta disso, em março de 2025, o Sinduscon-ES promoveu uma missão técnica à China, que contou com visitas técnicas a obras industriais e imobiliárias.

Tivemos oportunidade de conhecer de perto complexos industriais, parques tecnológicos e empreendimentos emblemáticos de Shanghai, permitindo uma imersão profunda no ecossistema de inovação da construção civil chinesa.

Por aqui, seguimos presenciando a construção modular conquistar cada vez mais espaço na construção civil, impulsionada pela busca por eficiência, sustentabilidade e rapidez.

Esse método utiliza módulos pré-fabricados que são transportados e montados no local, reduzindo o tempo da obra e os custos.

Na ES Construção, feira realizada pelo Sinduscon-ES com a participação de toda a cadeia do setor capixaba, ficou evidente a força na construção modular, com estandes apresentando o processo construtivo cada vez mais industrializado. A feira, aliás, vem justamente para mostrar as oportunidades que o Espírito Santo tem, e a capacidade produtiva das nossas indústrias, reforçando a sustentabilidade e as novas tecnologias.

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