BNDES financia planta de biometano de R$ 450 milhões em parceria entre Edge e Orizon

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou o financiamento no valor total estimado de R$ 450 milhões para a Biometano Verde Paulínia S.A. (BVP) construir uma planta de purificação de biogás em biometano no Ecoparque Orizon VR, em Paulínia (SP). A BVP é a razão social da Onebio, parceria entre a Edge, empresa do grupo Cosan, e a Orizon VR. Do montante aprovado, cerca de 80% serão financiados com recursos do Fundo Clima e 20% por meio da linha Finem.

A Onebio, que receberá todo o biogás gerado a partir de resíduos urbanos do aterro sanitário em Paulínia, é a maior planta de biometano do Brasil, com capacidade de produzir até 225.000 m3 por dia de gás de origem renovável. Durante sua construção, estima-se que tenham sido gerados 3 mil empregos diretos e indiretos, contribuindo para o desenvolvimento regional e avanço da economia de baixo carbono no Brasil.

“O financiamento aprovado pelo BNDES está alinhado com a determinação do governo do presidente Lula de investir na transição energética para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Esse projeto vai produzir biometano a partir do biogás gerado pelos resíduos depositados no aterro, evitando a emissão de 100,7 mil toneladas de CO2 equivalentes por ano”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Na visão do CEO da Edge, Demetrio Magalhães, o financiamento representa um importante incentivo à economia de baixo carbono no Brasil. “O biometano é uma fonte energética 100% renovável que impulsiona a economia circular ao transformar resíduos urbanos, industriais e agrícolas em gás natural. Uma alternativa ideal como solução de descarbonização, o biometano diminui em quase 90% as emissões de CO2 quando comparado ao diesel, por exemplo, além de ter a vantagem de aproveitar toda a infraestrutura e escala já existentes no gás natural para sua logística. O apoio do Fundo Clima e da linha Finem é muito importante para aumentar a competitividade e investimento no biometano, permitindo que essa solução chegue a um número crescente de indústrias e contribua para a descarbonização de frotas pesadas, como caminhões e ônibus.”

Para Milton Pilão, CEO da Orizon VR, a planta de Paulínia é um projeto pioneiro no Brasil para a expansão da produção de biometano em larga escala a partir de aterros sanitários. “A planta de Paulínia é mais um exemplo de geração de biometano a partir dos resíduos sólidos urbanos, adotando a estrutura já implementada em nossa planta de Pernambuco. Servirá de modelo para a expansão futura em outros aterros sanitários da empresa que também irão gerar biometano. O crédito reforça o valor ambiental do projeto, que transforma resíduos urbanos em energia limpa, contribuindo para a redução de emissões de gases de efeito estufa e substituindo combustíveis fósseis”.

O que é biometano

É um gás natural renovável, obtido pela purificação do biogás (produzido da decomposição de matéria orgânica como resíduos de aterros e agronegócio, por exemplo), resultando em um combustível com alto teor de metano (CH₄), conforme especificações técnicas fixadas em resoluções da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que garante a qualidade e segurança do biometano no Brasil. Quimicamente, o biometano é similar ao gás natural fóssil, podendo ser intercambiável em suas diversas aplicações – em indústrias, residências e frotas pesadas como caminhões e ônibus municipais.

Um estudo divulgado este ano pela Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), verificado de acordo com as normas ISO 14040 e ISO 14044, comparando as emissões de gases de efeito estufa (GEE) do biometano, gás natural veicular (GNV) e diesel para veículos pesados, concluiu que o biometano oferece uma redução significativa de emissões de gases de efeito estufa (GEE), chegando a reduzir 87% quando comparado ao diesel. O levantamento, que analisou o ciclo completo dos combustíveis (“do poço à roda”, ou well-to-wheel) na Região Sudeste do Brasil, também estimou que a adição de 5% de biometano ao gás natural na rede pode resultar em uma redução de 28% nas emissões totais de GEE na comparação com o diesel.

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