O Sienge, plataforma de gestão empresarial do setor da construção civil, lançou uma assessoria de crédito para facilitar o acesso de pequenas e médias construtoras ao mercado financeiro. A iniciativa surge em um momento de alta da taxa Selic e restrição de crédito, que têm impactado severamente o setor.
Com o cenário atual, muitas incorporadoras buscam alternativas como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e fundos imobiliários. No entanto, a falta de conhecimento sobre o mercado financeiro representa um desafio para as construtoras menores, que frequentemente não têm acesso às mesmas oportunidades que as grandes empresas. Cristiano Gregorius, diretor executivo do Sienge, destacou que muitas construtoras no interior do Brasil carecem de financiamento, mesmo tendo potencial para acessar o mercado de capitais.
A nova assessoria do Sienge visa conectar 9.000 clientes da plataforma a 29 instituições financeiras, incluindo fintechs e bancos tradicionais como o Santander. A expectativa é que, ao fornecer dados operacionais consolidados, as condições de crédito oferecidas sejam mais vantajosas. Gregorius afirmou que, ao ter acesso a informações sobre contas a receber e ativos, os bancos estarão mais dispostos a assumir riscos.
O Sienge estima um potencial de R$ 16 bilhões em crédito entre seus clientes, com a expectativa de que R$ 370 milhões sejam contratados nos próximos seis meses. Em um horizonte de cinco anos, a meta é captar R$ 4 bilhões por meio da nova assessoria. Além disso, a plataforma lançou uma conta digital empresarial para facilitar ainda mais a conexão entre construtoras e o mercado financeiro.
A empresa projeta um faturamento de R$ 300 milhões até 2025, com a nova frente financeira representando 20% da receita até 2029. Embora a entrada no mercado de crédito seja atraente, o Sienge não planeja se tornar uma fintech, preferindo atuar como originador de crédito por enquanto.