Ampliação do Minha Casa, Minha Vida deve impulsionar retomada gradual da construção civil em Caxias do Sul, projeta setor

A chegada do Minha Casa, Minha Vida à faixa de renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil tem gerado impacto no cenário da construção civil em Caxias do Sul. Desde 5 de maio deste ano, a Caixa Econômica Federal começou a oferecer os empréstimos da nova categoria do programa habitacional voltada à classe média. Com isso, construtoras locais já projetam novos empreendimentos após um período de retração no setor.

Lançada em maio, a nova faixa do programa habitacional, de acordo com a comunicação social do Ministério das Cidades, financiou 25 contratos nessa linha, somando R$ 5,6 milhões, em Caxias. No total, o Minha Casa, Minha Vida já beneficiou 7.932 famílias com financiamentos no município, com R$ 1,25 bilhão investido em todas as faixas nos últimos três anos, sendo 25% dessas moradias destinadas a famílias da Faixa I do programa.

Ainda conforme a assessoria da pasta, há 440 unidades em obras na linha subsidiada do programa (FAR), com investimento de R$ 86 milhões, e outras 32 casas contratadas pelo MCMV-Reconstrução, na modalidade Compra Assistida, em atendimento às famílias atingidas pelas enchentes de 2024.

Oportunidade de retomada

A Viezzer, empresa com 50 anos de atuação na cidade, anunciou um novo residencial direcionado justamente a esse público.

— Com a ampliação do Minha Casa Minha Vida, conseguimos lançar projetos com maior segurança de que haverá financiamento — afirma o diretor técnico Oliver Viezzer.

O Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) de Caxias do Sul também vê a mudança como oportunidade de retomada.

— Caxias já foi um grande canteiro de obras, mas o setor desacelerou nos últimos anos. A nova faixa vem suprir um nicho que não estava contemplado e pode impulsionar a movimentação imobiliária — avalia a presidente da entidade, Maria Inês Menegotto de Campos.

Na Faixa 4 do programa, famílias podem financiar imóveis entre R$ 350 mil e R$ 500 mil, com prazos de até 35 anos. A taxa de juros é limitada a 10% ao ano, mais baixa que a praticada no crédito habitacional de mercado.

A Caixa Econômica Federal financia até 80% do valor de imóveis novos e até 60% de usados. Para o superintendente de Rede da instituição na Serra Gaúcha, Márcio Reolon, a medida deve facilitar a compra do primeiro imóvel:

— Esse público antes só contava com crédito tradicional, hoje tem acesso a uma linha mais atrativa.

Otimismo entre corretores

Imobiliárias da cidade também registram interesse crescente. A corretora Daiane Momo, da Antonella Imóveis, afirma que clientes estão começando a buscar informações sobre as novas condições de crédito:

— O pessoal começou a descobrir agora a Faixa 4. Está tudo muito recente, mas já vemos procura, principalmente porque as taxas de juros são menores — comenta.

Daiane observa que a modalidade pode alterar o comportamento do comprador. Até recentemente, a busca por imóveis usados era predominante, em razão da entrega imediata e dos valores menores. Agora, o cenário tende a se equilibrar:

— O mercado está tentando reestruturar o cliente, mostrando que o imóvel novo facilita a negociação e permite parcelamento direto com a construtora — avalia.

Os corretores Caroline Gehlen, Vitor Gehlen e Pablo Bruxel também relatam aumento moderado na procura, mas destacam que o valor da entrada continua sendo fator decisivo:

— Nos imóveis novos, a cota de financiamento é maior, mas o preço também sobe. Já os usados exigem mais entrada, o que pesa na decisão — explica Caroline.

Eles lembram ainda que a valorização recente dos imóveis em Caxias tem interferido na escolha dos compradores.

— Encontrar imóvel por R$ 200 mil ficou difícil. Em alguns casos, vimos valorização de até 50% em dois anos — afirma Gehlen.

Os corretores ressaltam a importância de planejamento financeiro antes de contratar o crédito.

— Sempre recomendamos acompanhar o mercado com antecedência e conversar com um corretor de confiança. Assim o comprador entende o quanto pode financiar e se prepara para a entrada e a documentação — orienta Gehlen.

Quatro faixas de renda

O Minha Casa Minha Vida passou a contemplar quatro grupos de famílias:

Faixa 1: renda familiar bruta mensal até R$ 2.850,00

Faixa 2: renda familiar bruta mensal de R$ 2.850,01 a R$ 4,7 mil

Faixa 3: renda familiar bruta mensal de R$ 4.700,01 a R$ 8,6 mil

Faixa 4: renda familiar bruta mensal de R$ 8.600,00 a R$ 12 mil

Tetos para valores de imóveis

Nas Faixas 1 e 2, os limites para valor de imóvel variam de R$ 190 mil a R$ 264 mil reais, dependendo da localidade

Na faixa 3, o teto do valor do imóvel é fixado em R$ 350 mil

Na faixa 4, o limite é de R$ 500 mil

Vantagens

O Minha Casa, Minha Vida prevê juro mais baixo e condições facilitadasde financiamento à população com renda familiar mensal bruta de até R$ 8,6 mil no âmbito dos programas de habitação popular. Já no segmento de classe média, recém-criado, beneficia grupos familiares com renda de até R$ 12 mil.

As taxas de juro são atrativas da linha, principalmente para famílias de mais baixa renda, variando de 4% a 10% ao ano de acordo com os rendimentos do comprador.

Além disso, prevê subsídio para famílias com renda de até R$ 4,7 mil. O subsídio é um auxílio que visa reduzir o total financiado pelo comprador de renda menor. Por exemplo, se um cliente com renda de até R$ 4,7 mil quer comprar um imóvel de R$ 200 mil e consegue subsídio de R$ 20 mil, o total financiado cai para R$ 180 mil. Além de diminuir o tamanho do crédito, ajuda a conseguir parcelas mais em conta.

Dicas

Além de taxas abaixo do mercado no geral, que conta com juro partindo dos 10,5% no geral, o Minha Casa, Minha Vida também conta com o atrativo de subsídio para rendas mais baixas, segundo especialistas.

Capacidade de pagamento mensal

O primeiro passo antes de é verificar o valor que você consegue pagar mensalmente. A regra geral é de que a parcela não ultrapasse 30% da renda, segundo especialistas.

Entrada

A entrada é um requisito fundamental e geralmente corresponde de 20% a 30% do valor total do imóvel. Uma das soluções para abater esse valor é usar o saldo FGTS. Em caso de não ter essa possibilidade de amortização, tente acumular uma reserva financeira durante alguns meses. Quanto maior a entrada, menores serão o valor financiado, o juro e as parcelas a serem pagas.

Subsídio

O subsídio é uma grande ajuda, principalmente para famílias com filhos menores, que podem receber um valor maior. Tirar uma fatia do valor total financiado pode trazer parcelas mais em conta, juro menor e diminuir o tempo de endividamento.

Faixas de renda e juro

É importante entender em qual faixa de renda você se encaixa, porque isso vai ter impacto na taxa de juro. Por exemplo, pessoas que se enquadram na faixa 1 beneficiam-se da menor taxa de juro do mercado.

Paciência

O processo de acesso aos financiamentos está mais demorado em razão dos problemas de funding, mas é possível concretizar a compra. É importante ter paciência, segundo especialistas.

Garantia e segurança

A Caixa Econômica Federal atua como garantidor da segurança do projeto no âmbito do Minha Casa, Minha Vida. Se o projeto está contratado na Caixa Econômica, significa que já passou por um crivo de engenharia e de análise jurídica rigorosa, dando mais segurança aos beneficiários.

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