Apesar da não renovação do acordo automotivo com a Colômbia a Anfavea entende que a indústria brasileira ainda poderá exportar para lá cerca de 11 mil veículos com imposto zero até o fim de 2026, usando cotas remanescentes dos primeiros anos. Com o fim do acordo o imposto de importação subiu para 16,1%.
Não é algo tão certo, porém: o presidente executivo Igor Calvet disse que foram enviados 38 mil veículos para a Colômbia este ano e o entendimento da entidade é de que existe ainda cota remanescente, o que não necessariamente é a mesma compreensão dos colombianos: “Existe esta discussão com o governo colombiano porque eles querem que a cota seja usada até o fim deste ano. Os dois governos seguem em tratativas para que o acordo seja retomado e esperamos que isso aconteça, mas ainda não sabemos”.
O imposto para carros brasileiros subirá 16,1% com o fim do acordo, o que deverá prejudicar a competitividade no mercado local. Segundo Calvet países como China, Coreia do Sul e Estados Unidos têm acordos comerciais em vigor com os colombianos que permitem exportação de determinados volumes sem taxa. Ele afirmou ainda não saber qual será o volume exportado anualmente com os novos impostos, mas a Colômbia é o atual terceiro destino das exportações brasileiras, depois de Argentina e México.
Outro ponto de atenção citado pelo presidente da Anfavea é o México: as exportações caíram 16,8% até setembro, com 58 mil unidades embarcadas. Segundo o presidente da Anfavea a retração é reflexo de uma menor demanda do mercado automotivo local.
Balanço positivo
As exportações de janeiro a setembro somaram 430,8 mil veículos, superando todo o volume enviado ao Exterior em 2024. Na comparação com iguais meses do ano passado houve crescimento de 51,6%:
“Esse número no acumulado nos surpreendeu, mesmo após a revisão para cima que fizemos em agosto, projetando aumento de 38% no ano. Mesmo com as ressalvas que já apresentei o porcentual de alta poderá ser ainda maior”.
Em setembro foram exportados 52,5 mil veículos, crescimento de 26,2% sobre igual mês do ano passado e queda de 8% na comparação com agosto.
Em valores as exportações somaram US$ 10,9 bilhões, incremento de 38,3% na comparação com o acumulado de janeiro a setembro de 2024. No mês passado foram exportados US$ 1,3 bilhão, volume 22,4% maior do que o de setembro de 2024 e 4,5% menor do que o faturado em agosto.