Não existem, por enquanto, conversas da Anfavea com o governo no sentido de estabelecer novas cotas de isenção de imposto de importação para kits CKD e SKD de veículos eletrificados. Na visão da entidade o cronograma estabelecido em julho, que deu cota de US$ 463 milhões para a importação de kits isentos de imposto, será respeitado.
De toda forma o presidente Igor Calvet está preparado para novas negociações: “A decisão será tomada no fim de janeiro. A nossa expectativa é a de que o determinado seja cumprido, e que sejam encerradas as cotas. À época afirmei que aquele era o máximo aceitável para a questão, sem afetar o fluxo de investimentos da indústria. Acredito que o governo terá a sensibilidade de não renovar”.
Segundo reportagem do jornal O Globo a BYD pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva novas cotas para importação, alegando que gerou empregos em Camaçari, BA, e está estruturando a operação. Estas cotas ajudariam a transição para uma produção mais robusta, com mais processos, conforme o combinado com o governo da Bahia.
Caso não haja essa “produção mais robusta” as empresas precisarão pagar o imposto de importação, que varia de 10% a 30%, dependendo do tipo de veículo eletrificado. O imposto cheio, de 35%, deverá retornar em janeiro de 2027.
Procurada pela reportagem da Agência AutoData a BYD afirmou que não comentará o assunto.
Segundo Calvet a decisão do governo dará a sinalização de qual caminho a indústria nacional seguirá: a produção por meio de importação de kits, com montagem dos componentes, ou um sistema mais denso, com estamparia, linha de pintura e mais conteúdo local.
“Como o governo criou o programa NIB, Nova Indústria Brasil, acreditamos que seja a vontade de ter uma indústria mais robusta.”
Semicondutores
O presidente da Anfavea também não deu por encerrada a possibilidade de faltar chips para a indústria produzir veículos. Embora a situação esteja bem melhor do que semanas atrás, quando o risco era iminente, os estoques ainda não voltaram ao normal:
“Não está resolvido mas arrefeceu. A questão política foi resolvida, mas o fluxo ainda não normalizou”.