
A Afac, associação que reúne as empresas de autopeças da Argentina, ligou o sinal de alerta para o processo de CKDização que está ocorrendo no país. Segundo a entidade há um avanço de projetos para a montagem de veículos semidesmontados ou totalmente desmontados, que reduz ou dispensa totalmente a utilização dos componentes produzidos localmente. Um exemplo é o Toyota Hiace: ele é montado a partir de kits de peças importado de outros países e quase não usa componentes locais. A produção neste processo, segundo a publicação argentina Autoblog, foi autorizada pelo governo anterior ao de Javier Milei.
Outros projetos, mais robustos, acabam gerando compras de fornecedores regionais e auxiliam na sustentação da cadeia. Diante deste cenário a Afac propõe um choque de investimentos na Argentina, com visão de futuro que permita reverter a situação de toda a cadeia automotiva instalada.
Dados da entidade mostram que 56 empresas encerraram as operações nos últimos quinze anos. Cinco ocorreram em 2024 e 2025, com os casos mais recentes da SKF e da Dana, relatou o Autoblog.
O avanço dos projetos CKD e SKD no país, aumentando a importação de componentes, afetou a balança comercial das autopeças instaladas na Argentina, que registrou déficit de US$ 8,4 bilhões, com saldo negativo em 9,3% na comparação com o período de janeiro a outubro de 2024.
As exportações de autopeças cresceram 2,3% de janeiro a outubro, somando US$ 1,1 bilhão, enquanto as importações avançaram 8,5% na mesma base comparativa, chegando a US$ 9,5 bilhões.