Avanços no ES após mudanças no crédito para habitação

O Governo do Brasil anunciou um novo modelo de crédito imobiliário que amplia a oferta e o acesso ao crédito habitacional. A mudança beneficia, principalmente, as operações realizadas dentro das regras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), voltadas à classe média, o que segundo o Ministério das Cidades, deve expandir o investimento no setor de construção civil e gerar mais empregos.

A Caixa Econômica Federal voltou a financiar até 80% do valor de imóveis no Sistema de Amortização Constante (SAC). De forma gradual até o fim de 2026, 100% dos recursos provenientes dos saldos da poupança poderão ser utilizados em crédito imobiliário. Também houve aumento do valor máximo do imóvel financiado pelo SFH, que passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, com juros a 12% ao ano.

A nova linha de crédito é voltada para famílias com renda entre R$ 12 mil e R$ 20 mil por mês. Segundo anunciou o ministro das Cidades, Jader Filho, em evento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em São Paulo, somente pela Caixa Econômica Federal – responsável por cerca de 70% dos financiamentos habitacionais do país, 80 mil unidades extras devem ser financiadas em 2026.

“O Banco Central apresentou um modelo estrutural de mudança no financiamento, garantindo que todos aqueles penduricalhos da poupança deem lugar a um projeto que canaliza o dinheiro mais barato da economia brasileira para a produção da construção civil”, explicou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no lançamento do novo modelo.

Para o diretor da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário/ Sindicato das Empresas de Administração, Comercialização e Atividades Imobiliárias no Estado do Espírito Santo (Ademi/Secovi-ES), Ricardo Gava, quem também é executivo da Gava Crédito imobiliário, o novo modelo é um passo importante e necessário.

“Essa transição permitirá ajustes conforme a demanda do setor, modernizando o uso dos recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Venho destacando há algum tempo que o modelo anterior já exigia revisão, e essa atualização — ao ampliar o uso de instrumentos de mercado como as Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs) e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) — traz fôlego e previsibilidade ao crédito imobiliário, garantindo que o recurso não falte”, disse.

Gava ainda destaca como ponto relevante, o aumento da cota máxima de financiamento da Caixa Econômica Federal para até 80% do valor do imóvel, ante o limite anterior de 70%. Para ele, essa medida amplia o acesso ao crédito, especialmente em mercados mais valorizados, e deve impulsionar o volume de contratações, contribuindo para um ciclo mais positivo no setor.

Com relação à Grande Vitória, o diretor da Ademi/Secovi-ES explica que a valorização dos imóveis nos últimos anos exige esse reajuste de teto, que permitirá a mais famílias financiarem com taxas mais competitivas e utilizarem o FGTS na aquisição da moradia para imóveis de até R$ 2,25 milhões.

“Esse aumento era necessário para acompanhar a evolução dos preços e manter o fundo aderente à realidade do mercado. É importante que o FGTS seja priorizado para essa finalidade, garantindo que não faltem recursos para a habitação. Essa atualização amplia o acesso e consolida o crédito imobiliário como um importante instrumento de desenvolvimento social e econômico”, destaca.

Para Gava, a expectativa do mercado quanto ás mudanças é positiva, no entanto, ele alerta sobre a necessidade de fortalecimento do setor. “O setor vinha pedindo um novo modelo que ampliasse a base de funding e reduzisse a dependência exclusiva da poupança. Essa mudança vai ajudar muitas famílias a conquistarem seus imóveis. Mas é importante lembrar também da cadeia produtiva: é preciso rever e fortalecer linhas de crédito mais acessíveis também para quem constrói. Ainda assim, sem dúvida, já é uma grande iniciativa” disse.

Reforma

Outra medida do Governo Federal foi o anúncio de uma nova linha de crédito voltada à reforma de moradias para famílias de baixa renda. A iniciativa integra o Programa Minha Casa, Minha Vida, no âmbito do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e prevê financiamentos entre R$ 5 mil e R$ 30 mil, com juros reduzidos e prazos de pagamento entre 24 e 60 meses.

A medida complementa o novo modelo de financiamento habitacional, que amplia o volume de recursos destinados ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Poderão solicitar o crédito famílias com renda bruta mensal de até R$ 9.600. O programa é dividido em duas faixas: renda de até R$ 3.200, com juros nominais de 1,17% ao mês; E renda entre R$ 3.200,01 e R$ 9.600, com taxa de 1,95% ao mês.

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