O presidente da mineradora Bamin, Eduardo Jorge Ledsham, afirmou nesta segunda-feira (27) que o principal desafio da exploração dos minerais críticos, especialmente aqueles demandados pela transição energética e indústria de alta tecnologia, está na agregação de valor das substâncias extraídas do subsolo.
“A mineração tem um espaço enorme para crescer pensando nos metais críticos, pensando em terras raras. O caminho crítico não está na mineração, o caminho crítico está em você ir ao ‘downstream’, de você sair do concentrado para produzir óxido. É uma agregação de valor em que você sai [do valor de venda] de US$ 150 por tonelada para US$ 75 mil”, disse Ledsham, no debate que antecedeu a abertura da Exposibram, em Salvador (BA).
O executivo ressaltou que instituições como Senai-Cimatec são capazes de impulsionar o desenvolvimento da cadeia de beneficiamento dos minerais.
“Essa tecnologia pode ser desenvolvida em casa [dentro do país]. Os projetos estão ainda numa fase inicial, em paralelo. Esse esforço de trazer essa agregação de valor tem espaço para se fazer no Brasil e na Bahia”, disse ele.
Ledsham falou da importância da CBPM (Companhia Baiana de Pesquisa Mineral) com o avanço no mapeamento geológico do território baiano. “Acredito que o estado da Bahia é o estado que tem a maior cobertura e mapeamento aéreo geológico. Todo ele tem um levantamento aéreo geofísico”, afirmou.
Segundo o presidente da Bamin, o trabalho da CBPM se refletiu no aumento do número de áreas requeridas para pesquisas, relacionadas à exploração de minerais críticos. “A Bahia passou na frente de todos os outros estados em 2024. Isso vem em função dos metais que a gente está chamando de terras raras.”