Black Friday pode dar fôlego à inflação em 2025

Com a chegada da Black Friday de 2025, economistas e analistas do setor varejista projetam que o evento — tradicionalmente marcado por descontos expressivos — pode contribuir para aliviar a inflação acumulada no ano. A expectativa é que a data intensifique a concorrência entre varejistas, reduzindo preços sobretudo em itens de maior peso no índice, como eletrodomésticos, eletrônicos e utilidades domésticas.

Consumo mais forte e preços moderados

Projeções do comércio indicam que a Black Friday deve movimentar um volume maior de vendas em relação ao ano anterior, revelando que o consumo continua sendo um dos principais motores da economia brasileira, mesmo diante de juros elevados e acesso mais restrito ao crédito. Esse movimento tende a aumentar a oferta de produtos com preços reduzidos, ampliando o impacto desinflacionário no curto prazo.

Levantamentos recentes mostram que muitos itens que tradicionalmente são alvo de grandes descontos no período registraram, ao longo do ano, variações de preço inferiores à inflação ou até quedas, criando espaço para promoções reais que podem influenciar diretamente o IPCA. A combinação de demanda aquecida com queda relativa nos preços médios deve contribuir para manter a inflação controlada no fechamento de 2025.

Alívio pontual para as famílias e impacto no IPCA

Para os consumidores, o evento representa uma oportunidade de aliviar o orçamento, especialmente em um ano ainda marcado por pressões inflacionárias sobre serviços e alimentos. A redução de preços sobre bens duráveis tende a suavizar o impacto sobre o índice oficial, já que esses itens têm participação relevante na composição do indicador.

Esse movimento pode ajudar a empurrar o IPCA para níveis mais próximos dos objetivos definidos pelas autoridades econômicas, reforçando a narrativa de desaceleração gradual da inflação ao longo do ano.

Fatores que podem limitar o efeito

Apesar do otimismo, o impacto da Black Friday sobre a inflação depende de outros elementos da economia. As taxas de juros permanecem elevadas, restringindo a capacidade de compra de parte das famílias. Além disso, o elevado endividamento dos consumidores pode reduzir o ímpeto de compra, mesmo diante de descontos significativos.

A eficácia das promoções também depende da consistência dos descontos e da capacidade do varejo de manter estoques suficientes. Se os preços reduzidos não forem amplos o bastante ou durarem pouco, o efeito desinflacionário pode ser mais fraco.

O que acompanhar nas próximas semanas

Para avaliar o real impacto da Black Friday 2025 sobre a inflação, especialistas destacam alguns indicadores a serem monitorados:

Volume de vendas no varejo, principalmente de bens duráveis.

Variação de preços antes e depois do evento, para medir o desconto real.

Comportamento do mercado de crédito e nível de endividamento das famílias.

Desempenho dos preços de serviços e alimentos, que seguem sendo os principais focos de pressão inflacionária.

Reação do consumidor ao poder de compra e ao ambiente econômico geral.

A Black Friday deste ano, portanto, surge não apenas como movimento tradicional do comércio, mas também como um potencial aliado no esforço de contenção da inflação. Caso as projeções de consumo se confirmem, o fim de 2025 pode registrar um IPCA mais comportado, favorecendo o planejamento das famílias e dando fôlego à política monetária.

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