Quando assistiu a uma palestra sobre resíduos sólidos, em 2014, numa universidade do Tocantins, o então educador Alex Alves Macedo ouviu que “não havia solução” para o lixo plástico e se sentiu desafiado. Resolveu criar um negócio que desse um novo fim para tampinhas, garrafas pet, embalagens, sacolas de mercado e outros itens plásticos que acabam se acumulando na natureza.
Foram “mais de 5 mil testes em laboratório” até chegar à “receita” ideal para usar resíduo plástico em blocos de “concreto ecológico” ou “concreto sustentável”, como Macedo define. Ele deixou o emprego para criar a Polinorte Sustentáveis, há três anos, em Araguaína (TO). A empresa fabrica materiais para a construção civil. Seu “concreto ecológico” é usado em pisos industriais, calçadas e casas populares.
O empreendedor explica que cada bloco tem em sua composição areia e pedra, mas a maior parte (60%) é de plástico moído que recebe de associações de catadores, prefeituras, escolas e moradores. “Tenho clientes em Tocantins, Pará, Maranhão e agora estamos chegando em Boa Vista (RR) para construir moradias populares”, conta Macedo, que movimenta uma cadeia de fornecedores e promove oficinas sobre educação ambiental em escolas públicas.
“É possível empreender com materiais recicláveis. Você consegue empregar muita gente. Tem o pedreiro, o ajudante, as associações que fazem a triagem desse resíduo”, diz. Macedo garante que seu bloco de concreto polui menos e dura quase três vezes mais que o tradicional porque as fibras do plástico moído não se rompem, formando uma barreira resistente à passagem da água e da umidade.
“Nossa intenção é chegar a mais municípios para que vejam que é possível solucionar a barreira do plástico. Gera economia, emprego, sustentabilidade e ajuda a acabar com os lixões. Não é só dinheiro. É transformar a realidade das cidades”, ressalta.