BNB destina R$ 360 milhões para modernizar a rede elétrica e impulsionar energia limpa no Nordeste

O Banco do Nordeste (BNB) vai destinar cerca de R$ 360 milhões a partir de 2026 para o financiamento de projetos de transmissão e distribuição de energia renovável em toda a região Nordeste. O investimento, que combina recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do programa CIF-REI (Integração de Energias Renováveis dos Fundos de Investimentos Climáticos), marca um novo ciclo de expansão da infraestrutura elétrica nordestina, alinhando crescimento econômico à transição energética sustentável.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (22) durante o evento “O Nordeste é um Brasil”, promovido pelo Brazil Journal em Salvador (BA), com a presença de executivos do BID e do BNB. A iniciativa reforça o papel estratégico da região como epicentro da geração de energia limpa no país, especialmente solar e eólica, fontes que já respondem por mais de 80% da matriz elétrica nordestina.

Financiamento competitivo e foco em modernização da rede

De acordo com o BNB, os recursos serão oferecidos por meio de linhas de crédito concessionais e custos competitivos, voltadas à aquisição de maquinário, equipamentos e sistemas de automação que aprimorem os processos de transmissão, distribuição e armazenamento de energia.

Esses investimentos visam preparar a infraestrutura elétrica regional para atender à crescente integração de fontes renováveis e à demanda por redes inteligentes (smart grids), fundamentais para o equilíbrio e a flexibilidade do sistema.

O presidente do BNB, Wanger Alencar, destacou que a prioridade é reforçar a confiabilidade e eficiência do fornecimento de energia, apoiando tanto o setor elétrico quanto a cadeia produtiva regional.

“O objetivo é expandir a capacidade de transmissão e distribuição e estimular tecnologias de modernização da rede, como redes inteligentes, automação, baterias e hidrogênio verde”, afirmou Alencar.

Segundo ele, a iniciativa busca aumentar a flexibilidade do sistema elétrico, com ganhos diretos em segurança energética, sustentabilidade e competitividade industrial.

“A proposta é criar condições para que o Nordeste continue liderando a transição energética do Brasil, com um sistema moderno, resiliente e preparado para o futuro”, completou o executivo.

Integração com o BID e o papel do programa CIF-REI

O aporte internacional, equivalente a US$ 67 milhões, será canalizado por meio de parceria com o BID e o CIF-REI, iniciativa global voltada à integração de energias renováveis em sistemas elétricos nacionais. O programa apoia países em desenvolvimento na adoção de novas tecnologias de armazenamento e digitalização, elementos essenciais para a operação eficiente de sistemas de alta penetração de fontes intermitentes.

No caso do Nordeste, a cooperação deve fortalecer o backbone elétrico da região, conectando parques solares e eólicos a centros urbanos e industriais com maior estabilidade e menor custo de perdas técnicas. A medida também contribui para a descarbonização da matriz elétrica brasileira, reduzindo a dependência de fontes fósseis em momentos de escassez hídrica.

Nordeste como polo da transição energética

O investimento do BNB reforça a posição do Nordeste como polo estratégico da transição energética nacional. Com vasto potencial eólico e solar, a região é responsável por mais de 90% da geração eólica do país e tem atraído aportes crescentes em projetos híbridos, armazenamento em baterias e hidrogênio verde, segmentos vistos como o futuro da energia limpa no Brasil.

A modernização da rede elétrica é considerada uma etapa crítica para sustentar esse crescimento. Especialistas apontam que a expansão das fontes renováveis exige uma infraestrutura de transmissão mais robusta e digitalizada, capaz de lidar com variações na geração e integrar novos agentes ao mercado livre de energia.

Perspectivas e impactos esperados

Além do impacto direto na expansão da infraestrutura, o programa deve estimular o desenvolvimento tecnológico e industrial da região, impulsionando a cadeia de suprimentos de equipamentos elétricos, automação e soluções digitais.

O movimento também se alinha aos compromissos climáticos do Brasil e à agenda de neutralidade de carbono até 2050, ao priorizar investimentos em tecnologias de baixo impacto ambiental e alta eficiência.

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