Brasil abre linha de crédito de R$ 40 bilhões para exportadores afetados por tarifas dos EUA

O governo brasileiro iniciou um processo para que exportadores afetados por tarifas de 50% impostas pelo governo americano acessem linhas de crédito.

Serão disponibilizados um total de 40 bilhões de reais (US$ 7,5 bilhões), sendo 30 bilhões de reais do Fundo de Garantia à Exportação (FGE) e 10 bilhões de reais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) .

Os fundos financiarão capital de giro e investimentos relacionados à adaptação da produção, compras de máquinas e equipamentos, além de iniciativas das empresas voltadas à diversificação de mercado.

Empresas de todos os portes que comprovarem queda de pelo menos 5% no faturamento devido às tarifas serão elegíveis para a linha de crédito de R$ 30 bilhões do FGE. Os R$ 10 bilhões restantes do BNDES serão disponibilizados para empresas que sofreram qualquer impacto da medida comercial.

“A contrapartida [do acesso ao crédito] é manter empregos para que a economia continue crescendo e o país não seja prejudicado por essas medidas autoritárias, unilaterais e injustificadas,” disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em um comunicado.

Desde 1º de agosto, o governo do presidente americano Donald Trump aplica uma tarifa de 50% sobre as importações de produtos brasileiros, embora vários setores-chave tenham sido isentos. Os itens excluídos incluem celulose e derivados de petróleo, certas aeronaves civis e peças, fertilizantes específicos, produtos energéticos, ferro-gusa e metais preciosos.

No entanto, há preocupações de que a lista de isenções possa ser revisada por razões políticas.

Ao anunciar as tarifas, o governo Trump citou barreiras legais enfrentadas por empresas de tecnologia americanas, supostas violações da liberdade de expressão, preocupações com a política externa e ameaças econômicas. O governo americano também acusou o Brasil de perseguição, assédio e censura contra o ex-presidente de direita Jair Bolsonaro e seus apoiadores.

Na semana passada , Bolsonaro foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão por atos relacionados à eleição de 2022, na qual perdeu para o político de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva. Investigadores afirmam que ele tentou impedir a posse de Lula, acusações que ele sempre negou.

Nos últimos dias, autoridades norte-americanas criticaram a condenação, aumentando os temores de retaliação contra o Brasil.

“Ainda há muita incerteza, mas algum tipo de nova sanção pode ocorrer. No entanto, ainda não está claro que tipo de sanção pode acontecer, se contra setores, por meio de mais tarifas, ou contra pessoas físicas,” disse André Pereira César, analista político da Hold Consultoria, à BNamericas.

O presidente Lula e vários de seus principais ministros estarão em Nova York de 22 a 24 de setembro para participar da Assembleia Geral da ONU, onde Lula fará o discurso de abertura.

Há temores de que o governo Trump possa anunciar uma nova rodada de sanções contra o Brasil durante essa estadia nos EUA, causando constrangimento ao governo brasileiro.

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