Brasil e Peru fortalecem parceria e diálogo no setor ferroviário

O Ministério dos Transportes recebeu na segunda-feira (8) uma comitiva de parlamentares do Peru, acompanhada pelo embaixador do país no Brasil, Rômulo Acurio. O encontro teve como objetivo apresentar a nova Política Nacional de Outorgas Ferroviárias e a carteira de projetos do setor.

“O Governo do Brasil decidiu promover investimentos em ferrovias como estratégia de desenvolvimento econômico nacional, capaz de aumentar a competitividade, reduzir custos logísticos e gerar emprego e renda no contexto de um processo de transição energética”, afirmou o secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro.

“Avançamos na legislação e na política de outorgas. Esse trabalho começou no Parlamento e, agora, o Executivo apresenta instrumentos previstos em lei e uma arquitetura financeira que permite destravar investimentos com responsabilidade fiscal”, acrescentou.

O embaixador Rômulo Acurio destacou a relevância do intercâmbio técnico para estreitar a cooperação bilateral. “Os parlamentares puderam conhecer a visão do Brasil e os projetos em andamento no setor ferroviário. Essas informações serão fundamentais para apoiar o desenvolvimento ferroviário no Peru e fortalecer a integração entre nossos países”, afirmou.

Como desdobramento da visita, o ex-presidente do Congresso da República do Peru, Eduardo Cavides, convidou o Ministério dos Transportes a apresentar sua experiência em Lima. “Queremos desenvolver o setor ferroviário peruano e recuperar o tempo perdido. Planejamos realizar um evento sobre o tema e esperamos contar com a experiência brasileira para orientar nossas iniciativas”, ressaltou.

A agenda também incluiu a apresentação de projetos estruturantes da carteira nacional brasileira, com destaque para o Corredor Leste–Oeste, considerado estratégico para o escoamento da produção da região central do país.

“É um corredor essencial para o transporte de produção. Há interesse internacional, inclusive da China, para integrá-lo a um corredor bioceânico. Uma vez implantado, permitirá ligação direta com o Pacífico”, disse Leonardo Ribeiro.

O Brasil alimenta há anos o sonho de implantar um corredor ferroviário capaz de ligar o Atlântico ao Pacífico, criando uma rota estratégica para o escoamento de cargas produzidas no coração do país.

A proposta prevê uma ferrovia estruturante que atravessaria estados como Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, até alcançar o Porto de Chancay, no Peru, já sob administração chinesa.

A expectativa é que essa ligação reduza em cerca de dez dias o tempo de viagem dos navios que levam produtos brasileiros à Ásia, encurtando distâncias e ampliando a competitividade internacional.

O projeto, apoiado pela China, ganha relevância diante da intensa relação comercial entre os dois países. Mais de um terço das exportações brasileiras, que somam 350 bilhões de dólares anuais, têm como destino o mercado chinês, sendo 60% compostos por minério de ferro e soja.

A ferrovia bioceânica surge como alternativa eficiente e sustentável para transportar esses produtos, diminuindo custos logísticos e impactos ambientais. Para o governo brasileiro, a obra representa não apenas um avanço na integração continental, mas também um passo decisivo para consolidar o país como protagonista nas rotas globais de comércio.

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