A Confederação Nacional da Indústria (CNI) integrará a missão empresarial que passará esta semana pela Indonésia e pela Malásia, durante visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos países asiáticos. A delegação brasileira é composta por 94 empresas de diferentes setores da indústria e do agronegócio. O principal objetivo é estreitar relações e ampliar o comércio entre os países.
A missão empresarial será coordenada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil). A CNI é parceira da Apex Brasil no Fórum Econômico Brasil-Indonésia, marcado para esta quinta-feira (23) em Jacarta, e do Fórum Econômico Brasil-Malásia, que ocorrerá no domingo (26) em Kuala Lumpur.
“Mais uma vez a indústria está presente, ao lodo do governo brasileiro, em fóruns econômicos do Brasil junto a países estratégicos. A nossa ideia é posicionar a diplomacia empresarial na construção de uma agenda relevante para a ampliação e variação de oportunidades comerciais”, destaca o superintende de Relações Internacionais da CNI, Frederico Lamego.
Um estudo da instituição aponta que há grande potencial de o Brasil ampliar as relações comerciais com a Indonésia em setores como agroindústria, têxtil e defesa. Nos últimos anos, o Brasil registrou alta nos negócios comerciais com ambos os países asiáticos. Em 2020, tivemos um superávit de US$ 1 bilhão com a Indonésia. O país se consolidou como o 3º principal investidor da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) no Brasil, em 2023.
Em setembro do ano passado, o comércio bilateral entre Brasil e Indonésia alcançou US$ 567,8 milhões. As exportações brasileiras somaram US$ 373,3 milhões, e as importações US$ 194,5 milhões. A Indonésia ocupa o 19º lugar entre os destinos das exportações brasileiras. O Brasil exporta principalmente farelo de soja, óleos brutos de petróleo, açúcares e melaço, enquanto importa gorduras e óleos vegetais, calçados e peças automotivas. Há também investimentos recíprocos em setores como mineração, sucroalcooleiro, papel e celulose, tabaco e têxteis.
Na Malásia, o comércio bilateral chegou a US$ 487,2 milhões no mesmo período, com US$ 346,4 milhões em exportações brasileiras e US$ 140,9 milhões em importações. O país ocupa o 23º lugar entre os principais destinos das exportações do Brasil.
Para a CNI, diante das recentes turbulências nas relações comerciais no mercado global, especialmente com as taxações dos Estados Unidos, passa a ser estratégico para o Brasil analisar as oportunidades de negócios e a agenda prioritária com outros países.
A secretária-executiva dos Conselhos da Europa e Ásia da Gerência de Promoção Comercial da CNI, Ludmila Carvalho, que representa a CNI na missão, avalia que as visitas à Indonésia e à Malásia abrirão oportunidades e agendas para a melhoria do ambiente de negócios do Brasil com os dois países.
“Essa participação empresarial, inclusive, está alinhada com a estratégia demandada pelas federações estaduais das indústrias, por meio da Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), de identificação de oportunidades para ações de promoção comercial”, afirma Ludmila.