Com cerca de 90% das obras urbanas avançadas em Belém, evento global deixará legado

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Faltando menos de 60 dias para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém – PA, que se tornou um verdadeiro canteiro de obras nos últimos meses para sediar o evento, o governo se prepara para as finalizações de mais de 30 intervenções estruturantes nas áreas de turismo, saneamento, mobilidade urbana, desenvolvimento territorial e, também, hospedagem. A Conferência, que será realizada de 10 a 21 de novembro, reunirá lideranças de 196 países para debater estratégias de combate às mudanças climáticas e à emissão de gases de efeito estufa, além de firmar um novo pacto global, dez anos após o Acordo de Paris.

Ao todo, os investimentos ultrapassam R$ 4 bilhões em obras aguardadas há décadas e conta com recursos oriundos do Orçamento Geral da União, da Itaipu Binacional, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de contrapartidas estaduais e municipais, com foco em preparar Belém para receber mais de 50 mil participantes (entre delegações oficiais, sociedade civil e imprensa).

Saneamento básico

Somente em obras de macrodrenagem e saneamento básico em Belém, o Governo do Pará divulgou que destinou mais de R$ 1 bilhão em intervenções que irão beneficiar mais de 500 mil pessoas com esgotamento sanitário, controle de alagamentos e valorização urbana. No total, são 13 canais que estão sendo revitalizados, sendo 11 na periferia e dois na região central da cidade.

Esses 13 canais, que passaram ou estão passando por intervenções, fazem parte das quatro bacias hidrográficas: Tucunduba, Una, Murutucu e Tamandaré. Desse total, 11 estão localizados em áreas periféricas. Das obras de saneamento que já foram entregues, estão os canais da Timbó, Vileta, José Leal Martins, Cipriano Santos e Gentil. As demais que avançam para a conclusão são: canais Nova Doca (97%), Nova Tamandaré (92%) e Marambaia (90%).

Complexo Ver-o-Peso

A reforma do Ver-o-Peso está orçada em R$ 72,6 milhões, incluindo R$ 12,4 milhões para o Sistema de Esgotamento Sanitário. O local vai contar com uma rede para a coleta e o tratamento do esgoto, além da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Una. É a primeira vez, em mais de 390 anos de funcionamento, que o mercado Ver-o-Peso recebe uma intervenção voltada exclusivamente para a coleta e tratamento adequado do esgoto sanitário. A implantação do primeiro sistema sanitário no complexo já alcança 86% de execução.

“As obras estão dentro do cronograma e já somam 2,4 km de novas redes coletoras de esgoto. Atualmente, estamos trabalhando em pontos importantes da área, como as ruas 15 de Novembro e 13 de Maio, além da travessa Frutuoso Guimarães”, afirmou a engenheira da Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop), Thaís Ribeiro, responsável pela obra.

Além das questões de saneamento, a Feira do Ver-o-Peso passa por uma completa requalificação, com 194 trabalhadores envolvidos nas obras. A transformação inclui a substituição das coberturas de lona, pintura de todas as estruturas metálicas, a remoção e limpeza dos vidros dos lanternins, a troca do piso e a instalação de novos guarda-corpos. Além disso, está sendo realizada a dragagem do leito do Rio Guamá, na área onde funciona a Feira do Açaí.

Já os Mercados do Peixe e da Carne também passam por modernização das estruturas, com substituição do piso interno, instalações elétricas e outras revitalizações. E, o caso do Mercado Municipal de São Brás, uma construção de 114 anos, passou por uma completa reforma e restauração, e foi a 1ª obra de infraestrutura entregue. No total, foram R$ 89,7 milhões aplicados neste projeto que buscou preservar e recuperar as características originais da edificação.

Pavimentação e mobilidade

Outras importantes obras de infraestrutura agilizadas pela COP são as de pavimentação asfáltica, ao todo, de 279 vias, das quais 60 estão localizadas em regiões onde vive a população de baixa renda. No total, foram 88,72 km de vias recuperadas, distribuídas por 32 bairros e distritos do município da capital paraense.

Na mobilidade urbana, já foram entregues três viadutos: BR-316 x PA-485 (Alça Viária), BR-316 x Independência e Mário Covas x 3 Corações. O viaduto da Mário Covas x Independência está com 75% das obras concluídas, além do BRT Metropolitano com 85% executados.

O sistema do BRT contará com ônibus a diesel modelo Euro 6, que emite 15 vezes menos carbono que os modelos convencionais, além de veículos elétricos, com zero emissão de gases e baixo nível de ruído.

Esta obra está sendo executada pela Marquise Infraestrutura, em parceria com a Comsa S.A.

Porto Futuro II

No Porto Futuro II, onde galpões históricos estão sendo restaurados, 93% das obras já foram finalizadas. O projeto contempla a revitalização, restauração e reconstrução de cinco armazéns históricos em uma área de 50 mil m². Após a conclusão, prevista para setembro de 2025, o local abrigará outros espaços:

– Museu das Amazônias, voltado à valorização do patrimônio imaterial da região;

– Parque de Bioeconomia e Inovação, local de incentivo à economia local e amazônica, e

– Caixa Cultural, que trará à Região Norte um equipamento com programação artística de excelência, já consagrado em outras capitais do Brasil.

Quem lidera os projetos de engenharia do Porto Futuro II é a Arcadis, que também está realizando o monitoramento arqueológico das escavações e o acompanhamento das obras de revitalização e restauro das estruturas metálicas e adjacentes ao porto, como a Praça Mauá e Pedro Teixeira.

Hospedagem tornou-se questão polêmica

Para receber cerca de 50 mil pessoas na COP30, o Governo do Pará divulgou que, em atuação de forma integrada com os governos Federal e Municipal, além da iniciativa privada, vai ampliar a oferta de leitos. Segundo o governo, a estratégia contempla a reforma de hotéis existentes e a construção de novos empreendimentos hoteleiros.

Também estão contemplados a reforma de 17 escolas (seis já foram entregues) que vão receber mobiliário para funcionar como hostel durante a COP para hospedar 5 mil pessoas. O valor total investido nessas reformas é de R$ 68 milhões de reais. A rede hoteleira também recebeu incentivo para modernização e também será ampliada com a construção de novos hotéis e o governo federal contratou dois navios que servirão com hotéis.

Um desses novos espaços é a Vila COP30 (Vila Líderes), um complexo modular de hospedagem que está com 67% das obras concluídas. O local, estimado em R$194 milhões de reais, contará com 405 quartos e após o evento, funcionará como centro administrativo do governo estadual.

Parque da Cidade e outras inaugurações

O Parque da Cidade está com 97% das obras da Etapa COP concluída, e teve sua primeira fase inaugurada em julho. São 500 mil m², 83 mil m² de grama, ciclotrilhas, lago, equipamentos esportivos e prédios, como o Centro de Economia Criativa e o Centro Gastronômico. A área de lazer foi entregue em junho para uso da população e para colônia de férias públicas para 10 mil crianças e idosos até agosto. O espaço está fechado desde o dia 18 de agosto, quando foi entregue ao governo federal e à Organização das Nações Unidas (ONU), que farão a montagem das estruturas modulares provisórias dos pavilhões de negociação e plenárias da Blue (negociações oficiais) e da Green Zone (sociedade civil).

O Governo do Pará também informou que realiza a modernização do Hangar Centro de Convenções. Com 88% dos trabalhos concluídos, o Hangar vai integrar a Blue Zone.

Para o projeto do Parque da Cidade, a Arcadis, em parceria com a Vale, desenvolveu a aplicação da tecnologia de wetlands no sistema de tratamento de esgoto do parque. Mais do que uma alternativa às tradicionais Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), o sistema oferece uma abordagem integrada e ambientalmente responsável. Com capacidade para tratar até 118 m³ de esgoto por dia — o equivalente ao volume gerado por 2.800 visitantes. O tratamento é feito diretamente no local, aliviando a carga sobre a infraestrutura pública. A tecnologia de wetlands utilizou 10 espécies de plantas nativas para purificar os efluentes, operando sem emissão de gases de efeito estufa, sem odor e sem proliferação de mosquitos.

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