A economia da China enfrentou uma nova desaceleração em agosto, com indicadores econômicos abaixo das expectativas. A produção industrial cresceu apenas 5,2%, a menor taxa em um ano, enquanto as vendas no varejo aumentaram apenas 3,4%, ambos números inferiores às previsões de analistas.
A crise no setor imobiliário e a desaceleração econômica pós-pandemia continuam a impactar a confiança do consumidor. O Escritório Nacional de Estatísticas (ONE) destacou que a produção industrial não apresentava um crescimento tão baixo desde agosto de 2024. As vendas no varejo, que são um indicador crucial do consumo, também mostraram um ritmo fraco, o menor em nove meses.
Desemprego e Investimentos
A taxa de desemprego urbano subiu para 5,3%, refletindo um aumento em relação ao mês anterior. Esse crescimento é atribuído, em parte, à temporada de formaturas, que tradicionalmente eleva o número de jovens no mercado de trabalho. O Bureau Nacional de Estatísticas (NBS) alertou sobre os riscos econômicos e a necessidade de políticas macroeconômicas para estabilizar o emprego.
Além disso, o investimento em ativos fixos cresceu apenas 0,5% no acumulado do ano, uma queda significativa em relação ao 1,6% registrado entre janeiro e julho. O setor imobiliário, em particular, sofreu uma contração de 12,9% nos primeiros oito meses de 2023.
Expectativas Futuras
Analistas preveem que o crescimento do consumo pode continuar a desacelerar nos próximos meses, devido a efeitos de base desfavoráveis. O economista Lisheng Wang, da Goldman Sachs, enfatizou a necessidade de um alívio econômico direcionado para estimular a demanda. Apesar da fraqueza nos dados, o índice CSI 300 da bolsa de valores subiu quase 1%, indicando uma expectativa de que o governo possa adotar medidas mais favoráveis se a situação econômica se deteriorar ainda mais.