
O grupo CSN foi autorizado a atuar no segmento de comercialização de gás natural a partir desta segunda-feira (13), conforme publicação do Diário Oficial da União. Com o aval dado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) à subsidiária CSN Energia, a siderúrgica avança com a estratégia de ocupar maior espaço na cadeia de fornecimento de gás natural, além de preservar a posição de destaque no consumo industrial desse combustível no cenário nacional.
Fontes ouvidas pela Agência iNFRA avaliam que a CSN buscará atuar de maneira verticalizada no mercado de gás natural, com aquisição de ativos e participações societárias do poço ao ponto de entrega. O grupo enxerga o combustível como estratégico para a redução dos custos de produção de aço e diminuição das emissões de gases de efeito estufa com a substituição dos combustíveis fósseis mais poluentes.
A Agência iNFRA apurou que essa estratégia também foi motivada pelo potencial resultado positivo do conjunto de medidas adotadas pelo governo federal e pela ANP para estimular a redução de preço da molécula do gás natural no mercado interno, a partir de gatilhos do MME (Ministério de Minas e Energia).
A agência reguladora e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) têm se debruçado em estudos técnicos e propostas de normas para, por exemplo, diminuir a reinjeção de gás nas plataformas em alto mar e eliminar distorções na remuneração dos ativos de gasodutos e unidades de processamento, as UPGNs, que impactam no preço final do combustível. Soma-se a isso a previsão de oferta adicional de gás do pré-sal em leilões da estatal PPSA.
A estratégia de verticalização já é observada em outras frentes de negócio da CSN, que já atua de forma integrada nos setores de mineração, logística, cimento e energia. No mercado de gás natural, a possibilidade de avançar sobre outros elos da cadeia – como gasodutos, distribuição e até produção de gás – depende da confirmação da entrega de resultados efetivos das políticas de redução do preço do gás natural no país.