Da tese à prática: pesquisadora de Passo Fundo transforma estudo em solução para construção sustentável

Uma pesquisa nascida em Passo Fundo, no norte do Estado, vai ajudar a transformar a forma como a sustentabilidade é medida na construção civil.

A arquiteta e urbanista Bianca Rebelatto, sócia da startup Greena, foi a única representante do município contemplada no edital Doutor Empreendedor 2025, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). O resultado foi divulgado em 29 de agosto.

O projeto vai receber cerca de R$ 238 mil em investimento para transformar o resultado acadêmico em uma ferramenta digital de certificação de sustentabilidade para edifícios.

— O edital é voltado a recém-doutores que desejam transformar o conhecimento científico em soluções reais para a sociedade — explica Bianca.

O projeto terá duração de dois anos, de novembro de 2025 a novembro de 2027, e será desenvolvido em Passo Fundo. A iniciativa pretende oferecer uma plataforma digital que disponibilizará ao mercado um modelo de certificação energética, avaliando o grau de sustentabilidade de edificações residenciais e comerciais através de critérios ambientais, sociais e econômicos.

Durante o doutorado em Engenharia Civil e Ambiental, realizado entre 2021 e 2025, Bianca desenvolveu o modelo que sustenta a certificação. A pesquisa incluiu revisão científica, análise de práticas nacionais e internacionais e entrevistas com especialistas do Brasil e da Alemanha, durante um período de doutorado sanduíche. O modelo passou por validação com dez profissionais da área de sustentabilidade.

— Atualmente, o Brasil não possui uma ferramenta de certificação totalmente digital voltada a edifícios, e o que proponho é algo inovador, prático e alinhado à nossa realidade. O modelo considera normas nacionais, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as diretrizes do Pacto RS 2025 — destaca a pesquisadora.

Próximos passos da pesquisa

Atualmente, a proposta aprovada está em fase de contratação. A próxima etapa do projeto é a validação da certificação em um estudo de caso, seguida da criação do MVP (produto mínimo viável) da ferramenta digital. A expectativa é que a versão inicial esteja disponível a partir de 2026.

Após o lançamento, o objetivo será comunicar a ferramenta.

— A ideia é apresentar em eventos, rodar as prefeituras aqui do Rio Grande do Sul, aumentar a escala e tentar chegar a nível Brasil de disseminação da ferramenta — afirma.

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