Mais do que confirmar a informação antecipada no ano passado pelo CEO mundial , Oliver François, o comunicado, emitido esta semana, de que a Fiat promoverá a renovação completa de sua linha no Brasil até 2030 serviu, de imediato,para lançar luz sobre o futuro próximo de um carro que, pode-se dizer, tem sido uma eminência parda da marca.
Pouco se fala do Argo, que já cumpriu oito anos nas concessionárias sem mudanças brutais, mas, apesar disso, segue com vendas que fariam a concorrência soltar fogos. O hatch é o atual segundo carro de passeio mais vendido no País — e terceiro veículo, caso considerada a irmã de marca Strada —, com mais de 64,5 mil licenciamentos de janeiro a agosto.
Desde que entregou o primeiro lote às concessionárias, no primeiro trimestre de 2017, a Fiat contabiliza mais de 600 mil unidades negociadas do Argo. Mais precisamente: 606,9 mil até agosto último.
Assim como este ano, o modelo foi o segundo carro mais vendido em 2021 e por bem pouco — 84,6 mil frente a 86,4 mil unidades do Hyundai HB20 — não terminou como líder.
No ano passado, o Argo apareceu como somente o quarto carro de passeio mais negociado no mercado interno, mas superou 91,1 mil emplacamentos e estabeleceu seu recorde histórico. Muito provável, marco que será quebrado este ano.
Basta manter no último quadrimestre a média mensal de 8 mil unidades vendidas que obteve de janeiro a agosto.
Ultrapassar o patamar de 100 mil unidades pela primeira vez não está descartado, portanto. Em agosto, o Argo somou 10,1 mil emplacamentos, mesmo patamar de julho e bem acima da média mensal do primeiro semestre.
A maior parte das vendas do Argo é feita diretamente entre montadora e cliente final. Essa modalidade respondeu por 46,9 mil unidades nos primeiros oito meses, 73% do total negociado. Índice maior na linha Fiat só mesmo o do Mobi, que deve 99% de seus 48,4 mil licenciamentos às vendas diretas.
A anunciada chegada de um hatch totalmente novo antes do encerramento do ano que vem, inclusive sobre nova plataforma, pode colocar fim a essa trajetória vitoriosa do Argo. E não só dele: é quase certo que o futuro modelo, variação do Grande Panda já lançado na Europa, será fabricado em Betim, MG, também para substituir o Mobi.
Ou seja, será a opção de entrada da marca efetivamente a partir de 2027. Com qual nome? Eis ainda um segredo mantido pela Fiat.
Fala-se até mesmo na manutenção do nome Argo ou, como sugere até mais o desenho e formas do futuro modelo, no resgate do histórico, vitorioso e consagradíssimo “Uno”. A ver.