Draghi critica ‘inércia’ da UE no novo cenário

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou nesta terça-feira (16) as medidas “urgentes” com as quais o bloco passou a agir para “concretizar” ações desde o lançamento do Plano Draghi, há um ano. Já o criador do relatório, Mario Draghi, citou que a “inação da UE [diante do atual cenário] ainda ameaça sua soberania”.

“Minha nova Comissão assumiu o cargo há nove meses, e o primeiro ato deste [segundo] mandato foi nossa bússola de competitividade, traduzindo o relatório em políticas concretas, com a mentalidade de urgência que prometemos”, afirmou Von der Leyen ao abrir a conferência sobre o primeiro ano do relatório Draghi. Ela ainda prometeu manter “o curso até que tudo esteja concluído”.

Entre as ações tomadas desde então, a chefe do Executivo europeu citou “o Pacto da Indústria Limpa, investimentos em inteligência artificial, planos de ação personalizados para as indústrias automotiva, siderúrgica e química, e a maior onda de investimentos em defesa da nossa história”.

No entanto, Von der Leyen também lembrou os “muitos obstáculos que permanecem”.

“Nosso mercado único está longe de ser completo. As barreiras internas ao bloco comum equivalem a uma tarifa de 45% sobre bens. E uma tarifa de 110% sobre serviços, segundo o FMI. Isso não deveria acontecer. Não deveria ser mais fácil fazer fortuna no exterior do que dentro das fronteiras da Europa”, afirmou a líder, ressaltando que seu governo já começou a “enfrentar essas barreiras com a nossa estratégia de mercado comum”.

“Agora é necessário que os resultados apareçam com urgência”, acrescentou Von der Leyen, que também aproveitou-se da ocasião para agradecer ao idealizador do relatório, Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu e ex-primeiro-ministro da Itália, sobre a iniciativa.

Já Draghi, que também participou da conferência, ressaltou que “um ano depois [do lançamento do Plano], a UE se encontra em uma situação ainda mais difícil. Nosso modelo de crescimento está se esvaindo. As vulnerabilidades estão aumentando. E não há um caminho claro para financiar os investimentos de que precisamos.” “Fomos dolorosamente lembrados de que a inação ameaça não apenas nossa competitividade, mas nossa própria soberania”, destacou o ex-presidente do BCE.

Para ele, diante do atual cenário, “os cidadãos europeus apelam aos seus líderes para que olhem para além das suas preocupações quotidianas e se concentrem no seu destino europeu comum, compreendendo a dimensão do desafio”.

“Somente a unidade de propósito e uma resposta urgente poderão demonstrar que [os governantes] estão prontos para vivenciar tempos extraordinários com ações extraordinárias”, concluiu o criador do Plano Draghi.

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