Economia de Caxias do Sul registra crescimento de 0,2% em julho na comparação com o mesmo mês de 2024; indústria teve queda de -5,5

A economia de Caxias do Sul teve uma leve alta em julho de 2025 na comparação com o mesmo mês de 2024, com 0,2%. Comércio e serviços tiveram uma alta de 2,1% e 9,5%, respectivamente. No período, apenas a indústria teve retração com -5,5%. Os dados foram divulgados pela CIC e pela CDL na manhã desta terça-feira (9).

Ao analisar a indústria em julho de 2025 com o mesmo mês do ano passado, é possível perceber quedas em horas trabalhadas, compras e vendas industriais, além da massa salarial (soma de todos os salários). Números que, conforme Tarciano Cardoso, diretor de planejamento, economia e estatística da CIC, impactam no desempenho.

— A indústria sempre toma ações com olhar no horizonte de dois, três anos, (até) cinco anos. Quando você pega todas as incertezas que temos no cenário doméstico, excluindo qualquer história com tarifas (dos EUA), viemos com uma economia fragilizada e voltada basicamente ao consumo. Quando liga o gatilho do consumo, geralmente, liga o da inflação em conjunto. A indústria pesada depende do financiamento de longo prazo, de taxas atrativas. Isso é um dos pontos que acaba blindando um pouquinho esse crescimento — comenta Cardoso.

De acordo com Ruben Antônio Bisi, vice-presidente de Indústria da CIC, a queda do setor se deve a dois fatores: queda em implementos rodoviários e autopeças, além das máquinas agrícolas.

— Temos vários fornecedores de máquinas agrícolas que têm um decréscimo em função dos preços dos produtos agrícolas (terem caído), o agricultor não está repondo suas máquinas. Então, não repondo as máquinas, os fornecedores também têm uma retração bastante significativa — aponta Bisi.

Comparando com junho, crescimento

Por outro lado, a economia de Caxias do Sul registrou crescimento de 3,2% em julho, na comparação com o mês anterior. A indústria cresceu 5,3%, seguido pelo setor de serviços, que avançou 2,1%. Por outro lado, o comércio apresentou retração de -1,2% no período.

— Eu diria que alguns que exportavam para os Estados Unidos aceleraram a exportação sabendo do tarifaço, então teve uma venda prévia antes das tarifas começarem — avalia Bisi sobre a alta de julho contra junho de 2025.

Na análise do indicador acumulado do ano, que compara os primeiros sete meses de 2025 com o mesmo período de 2024, observa-se um crescimento de 8% no setor de serviços e de 2,3% no comércio. Em contrapartida, a indústria apresentou desaceleração de -4,2%. Com estes dados, o desempenho geral do indicador no período aponta para um leve crescimento, com variação positiva de 0,5%.

Já no indicador de acumulado em 12 meses, a atividade econômica apresentou crescimento de 2,8%. O setor de serviços foi o principal destaque, com alta de 9,8%, seguido pelo comércio, que registrou avanço de 1,1%. A indústria, por outro lado, teve desempenho negativo, com declínio de 0,5%.

Mesmo assim, Bisi avalia que o cenário não é de “terra arrasada”, mas cita algumas questões políticas, como o tarifaço dos Estados Unidos e o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF e organizações para as eleições do ano que vem:

— O momento político é de incerteza, de uma certa intranquilidade e isso gera consequências nas compras de bens de capital, coisas para casa, investimentos, vai ser um momento de muita atenção.

Mesmo em alta, atenção aos serviços

Mesmo que não na mesma velocidade de outros meses, os serviços seguiram com desempenho positivo em julho de 2025 na comparação com o mesmo mês do ano passado, com alta de 9,5%. Essa alta do setor vem desde a pandemia, com uma mudança de postura principalmente dos consumidores, que querem mais imediatismo.

Além disso, o turismo tem auxiliado na alta dos serviços em Caxias do Sul, conforme o diretor. Mesmo assim, pondera que o setor pode ter quedas no futuro em função da retração recente na indústria.

— Quando se pega o serviço mais para a indústria, com ela retraindo, ele também vai sentir, seja na parte de energia, de transporte. Imaginamos que o setor de serviços está mais estável, mantém os números, mas não vemos mais tantos negócios abrindo no mesmo volume que víamos anteriormente. Esse indicador tem que ser monitorado — avalia Cardoso.

Sem datas no comércio

O comércio caxiense encerrou julho com queda de -1,2% nas vendas em relação ao mês anterior. O resultado, embora negativo, já era esperado pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), devido à ausência de datas comemorativas no mês e à retração na venda de itens de maior valor agregado, especialmente no chamado ramo duro (com itens como carro, geladeira).

No entanto, o desempenho do setor segue positivo, de 2,10% em relação a julho de 2024, assim como crescimento de 2,34% no acumulado do ano e incremento de 1,05% nos últimos 12 meses. Mesmo assim, há otimismo para meses de outubro, com Dia das Crianças, novembro com a Black Friday e dezembro com o Natal.

— Embora tenhamos um decréscimo no mês (ao comparar julho com junho de 2025), temos conseguido manter a taxa de crescimento de 1%. Eu classificaria essa situação como crescimento natural do comércio caxiense. A renda do município vem oscilando, mas o mercado se mantém — explica Mosár Leandro Ness, assessor de Economia e Estatística da CDL Caxias.

Compartilhe esse artigo

Açogiga Indústrias Mecânicas

A AÇOGIGA é referência no setor metalmecânico, reconhecida por sua estrutura robusta e pela versatilidade de suas operações.
Últimas Notícias