Engenharia assume papel central na construção de cidades mais inteligentes

Florianópolis, a capital de Santa Catarina, figura entre as cidades mais inteligentes do Brasil, conforme a 10ª edição do Ranking Connected Smart Cities, divulgada no ano passado. O reconhecimento reflete o uso crescente da tecnologia para tornar os espaços urbanos mais conectados, sustentáveis e eficientes — fatores que elevam a qualidade de vida da população. À medida que essa tendência se consolida, a engenharia ganha protagonismo na transformação das cidades.

A integração entre engenheiros, arquitetos, gestores públicos e profissionais de tecnologia é apontada como essencial para construir o futuro urbano de forma equilibrada. Segundo o engenheiro civil Kita Xavier, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (CREA-SC), o papel da engenharia vai além da técnica: envolve liderança e responsabilidade social.

— A engenharia deve assumir o protagonismo técnico nessa transição, aplicando soluções baseadas em dados, tecnologia e sustentabilidade. Cabe aos profissionais planejar e executar projetos que unam eficiência energética, mobilidade inteligente e infraestrutura resiliente — afirma.

Tecnologia como aliada

Ferramentas digitais têm ampliado o alcance e a eficiência do setor. Modelos como o BIM (Building Information Modeling), a Internet das Coisas (IoT) e a inteligência artificial permitem otimizar recursos, prever cenários e reduzir impactos ambientais.

— A inovação tem transformado a engenharia em uma ciência ainda mais estratégica. O engenheiro passou a ser também um gestor de tecnologia e informação, ampliando seu papel na formulação de políticas públicas — explica Xavier.

Um exemplo prático vem de Santa Catarina: o Data Fiscaliza, sistema desenvolvido pelo CREA-SC, foi reconhecido nacionalmente pelo Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (Confea). A ferramenta usa inteligência artificial e análise de dados para identificar indícios de irregularidades e otimizar a fiscalização do exercício profissional.

Planejamento urbano e cidades resilientes

A engenharia moderna também tem papel decisivo na adaptação das cidades às mudanças climáticas. Para Xavier, a integração entre diferentes áreas técnicas é o caminho para soluções urbanas mais completas e humanas.

— Essa cooperação é essencial para que as soluções urbanas sejam completas e funcionais. Cada área traz uma visão específica, seja ela técnica, estética, social ou tecnológica, e a soma desses olhares permite planejar cidades mais humanas, seguras e sustentáveis — comenta.

A discussão esteve em pauta no 12º Congresso Nacional de Profissionais (CNP), realizado este ano em Vitória (ES), que reuniu cerca de 500 representantes da engenharia, arquitetura e geociências. Santa Catarina destacou-se entre os estados com maior número de propostas aprovadas, reforçando a relevância técnica dos profissionais locais. Entre as ideias apresentadas pelo CREA-SC, três ganharam destaque nacional: “Qualidade do Ar Interior”, “Exigência de Formação Técnica para Ocupação de Cargos Políticos e Públicos” e “Cidades que Absorvem: Soluções Naturais para um Futuro Urbano Sustentável”.

Saneamento e desenvolvimento sustentável

O debate sobre cidades do futuro também passa pelo saneamento básico. Segundo o Instituto Trata Brasil, mais de 33 milhões de pessoas ainda não têm acesso à água tratada e quase 100 milhões vivem sem coleta de esgoto. As perdas médias nas redes de abastecimento chegam a 40%.

Durante o Congresso, 14 das 54 propostas aprovadas trataram diretamente de saneamento, drenagem urbana e gestão inteligente de recursos hídricos — temas que mostram o papel da engenharia na redução das desigualdades e na melhoria da qualidade de vida.

Compartilhe esse artigo

Açogiga Indústrias Mecânicas

A AÇOGIGA é referência no setor metalmecânico, reconhecida por sua estrutura robusta e pela versatilidade de suas operações.
Últimas Notícias