Ministério dos Transportes e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) incluíram a Ferrovia Malha Oeste no calendário de concessão de 2026. Com abertura do edital em abril, e leilão previsto para julho, a ferrovia percorre 600 quilômetros em território sul-mato-grossense, e poderá ganhar uma nova vida com a medida.
A ferrovia conecta Corumbá a Mairinque (SP) e tem estimativa de R$ 35,7 bilhões em obras, além de R$ 53,5 bilhões durante a operação. O movimento integra a primeira Política Nacional de Concessões Ferroviárias e uma nova carteira de projetos logísticos, com previsão de quase R$ 290 bilhões em investimentos em ferrovias e rodovias em 2026.
Em 15 de agosto, durante audiência realizada na Câmara Municipal de Campo Grande que debateu sobre a reativação da Ferrovia Malha Oeste, a possibilidade de realizar a ligação do Brasil com o Porto de Chancay, no Peru, através da Bolívia, foi considerada rápida e barata, segundo o ministro da carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores João Carlos Parkinson de Castro, que é coordenador nacional dos Corredores Rodoviário e Ferroviário Bioceânicos.
Com extensão total de 1.973 quilômetros, a reativação e modernização Ferrovia Malha Oeste são vistas como uma oportunidade de otimizar o escoamento da produção de Mato Grosso do Sul, reduzindo custos logísticos e impulsionando o comércio internacional com foco na exportação a mercados asiáticos, como a China, através da ligação do país com os portos do Pacífico.
Com o novo ciclo de concessões, o governo federal espera um movimento de expansão de projetos rodoviários, com 13 leilões em 2026 que preveem investimentos de R$ 148 bilhões, além da ampliação de iniciativas sustentáveis e de segurança para o transporte de cargas e passageiros.