Exportações de Sorocaba recuam em agosto

Um mês após a imposição da tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos importados do Brasil, as exportações das empresas de Sorocaba registraram que­da de 12,9% em agosto, somando US$ 228,6 milhões. Em julho deste ano, antes da medida, o valor havia alcançado US$ 262,4 milhões. Já em junho, o montante foi de US$ 276,5 milhões, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Segundo especialistas, o tarifaço influenciou os números, mas não foi o único responsável pela queda. Em julho, Sorocaba exportou US$ 16,02 milhões em produtos aos Estados Unidos e, em agosto, US$ 12,3 milhões. Os principais produtos foram máquinas e equipamentos, como tratores, niveladoras, pás mecânicas, escavadoras, cilindros compressores, entre outros.

Para a Argentina, a cidade exportou US$ 146,2 milhões em julho e US$ 144,3 milhões em agosto. Os principais produtos foram automóveis, seguidos de partes e acessórios para carros.

Já a Colômbia foi um dos países que mais influenciou a queda. Em julho, as exportações de Sorocaba para lá somaram US$ 31,07 milhões e, em agosto, US$ 6,8 milhões, uma diminuição de mais de 70%. Os automóveis também foram a maioria dos produtos exportados.

Erly Domingues de Syllos, diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), observa que a queda nas exportações do município já era esperada devido ao tarifaço, ao se considerar o cenário dos Estados Unidos. Ele ressalta, no entanto, que o aumento da taxa prejudica também o próprio país norte-americano.

“Também houve uma diminuição de 11,7% na importação dos Estados Unidos para cá, até porque muitos itens que importamos de lá são insumos que agregam valor ao próprio produto que exportamos novamente. Vamos pegar um exemplo: a indústria da Flex (eletrônicos) importa muitos produtos americanos, incorpora nos componentes aqui, industrializa e depois exporta novamente. Então, caiu também a importação. Com isso, acaba havendo um superávit até relativamente bom para Sorocaba e para o Brasil, mas nada disso é positivo. O ideal mesmo é continuar exportando.”

Influência

O professor e economista Geraldo Almeida considera que há influência dos Estados Unidos na queda das exportações, mas ressalta que um dos grandes motivos está na redução no número de veículos enviados para a Colômbia. Para ele, trata-se de uma questão de sazonalidade.

“Provavelmente foi a sazonalidade. Você começa a mudar de modelo (dos automóveis). Então, agora você diminui as vendas e, quando tiver um modelo novo, exporta mais.”

O diretor do Ciesp Sorocaba explica que ainda é cedo para dimensionar o quanto os Estados Unidos devem influenciar nos números das exportações sorocabanas em setembro, pois produtos haviam sido embarcados antes do tarifaço entrar em vigor. O ideal agora, segundo ele, é acompanhar as negociações. Ele ressalta que o Ciesp atua para reduzir os possíveis impactos.

“O nosso presidente do Ciesp, Rafael Cervone, esteve recentemente nos Estados Unidos junto com o pessoal da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e um grupo de empresários para tentar uma negociação técnica separadamente. Inclusive, devo ter uma reunião com ele em São Paulo e vamos ouvir mais detalhes”, disse Erly de Syllos.

De qualquer modo, para Geraldo Almeida, mesmo diante dos desafios, no fim do ano o número de exportações deve fechar de maneira positiva para Sorocaba. “Aparentemente, vamos ter um ano mais positivo, pois há uma consolidação do parque industrial na cidade. Toda a operação da Toyota vem para Sorocaba e, quando a operação do modelo Corolla, hoje em Indaiatuba, vier para cá, esse número deve melhorar ainda mais.”

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