Fábrica de supressor de poeira a partir de PET reciclado é inaugurada em Itabira; saiba mais

A cidade de Itabira passou a abrigar uma nova unidade industrial voltada à sustentabilidade e à redução de impactos ambientais da mineração. Foi inaugurada nesta segunda-feira (15), na avenida Dr. Pedro Guerra, no bairro Gabiroba, a fábrica da Biosolvit, empresa que produz um supressor de poeira a partir da reciclagem de garrafas PET e outros resíduos plásticos.

O produto desenvolvido pela empresa é utilizado para reduzir a dispersão de partículas de poeira em pilhas de minério, vias não pavimentadas, vagões ferroviários e durante operações de carregamento. A tecnologia empregada é resultado de uma patente desenvolvida na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), com pesquisas iniciadas em 2013 e concedidas em 2014.

Segundo o CEO da Biosolvit, Guilhermo Queiroz, o projeto se baseia no conceito de valor compartilhado, unindo inovação tecnológica, inclusão social e mitigação de impactos ambientais. “É um projeto que mobiliza cooperativas de catadores, organiza a coleta do material e transforma um resíduo descartado em uma solução que reduz o impacto da mineração na cidade”, afirmou.

Para o prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB), a instalação da fábrica representa um avanço inédito para o município na área ambiental e da economia circular. Segundo ele, a iniciativa integra os projetos prioritários do programa Itabira Sustentável. “A perspectiva é que até o início de 2027 a cidade conte com uma unidade de tratamento de resíduos, ampliando o reaproveitamento de diferentes tipos de lixo, promovendo a economia circular e reduzindo a necessidade de aterro sanitário”, completou, ao destacar ainda os impactos sociais, ambientais e econômicos da cadeia da reciclagem, com geração de renda para trabalhadores e famílias do município.

A escolha de Itabira para sediar a fábrica levou em conta tanto a vocação regional para a reciclagem quanto a localização estratégica. “Estamos próximos de grandes operações da Vale, que é nossa principal cliente e participou do desenvolvimento do produto. A cidade pode se tornar um hub de expansão dessa solução para todo o Brasil”, explicou Guilhermo Queiroz.

Para o diretor de Relações Institucionais da Vale, Marcelo Klein, a principal vantagem da solução está justamente na rápida degradação ambiental. “Enquanto o plástico pode levar de 400 a 500 anos para se decompor, essa resina cumpre sua função de reduzir a poeira e depois se reintegra à natureza sem causar impacto”, destacou.

Produção e aplicação

A produção do supressor de poeira na unidade de Itabira deve começar nas próximas semanas. Atualmente, o produto já é utilizado em operações como a mina de Brucutu e o porto de Tubarão, com material produzido anteriormente no Espírito Santo. Com a nova fábrica, a expectativa é ampliar a aplicação para outras minas, ferrovias e portos em diferentes regiões do país. “É uma solução que pode ser usada em toda a cadeia da mineração, da extração ao embarque, sempre que houver manuseio de minério e risco de emissão de poeira”, reforçou Camilla Lott.

Do resíduo ao uso industrial

O diferencial do projeto é o aproveitamento de materiais que antes não tinham valor comercial, como PET colorido e embalagens tipo bandeja, que normalmente eram destinados a aterros sanitários. Com isso, a iniciativa contribui para a redução do volume de resíduos e amplia as possibilidades de renda para os catadores.

O processo produtivo começa com o recebimento do material vindo das cooperativas de catadores. O PET passa por etapas de lavagem, purificação e trituração, até se transformar em um pó fino. Esse material é inserido em reatores químicos, onde ocorre a despolimerização — processo que quebra a cadeia do polímero e gera uma resina biodegradável.

Essa resina é diluída em água e aplicada diretamente nas áreas de manuseio do minério, reduzindo a emissão de partículas no ar. De acordo com a empresa, o produto não é tóxico e se degrada completamente em cerca de 18 dias.

Compartilhe esse artigo

Açogiga Indústrias Mecânicas

A AÇOGIGA é referência no setor metalmecânico, reconhecida por sua estrutura robusta e pela versatilidade de suas operações.
Últimas Notícias