Fabricantes de motores esperam mais desafios em 2026

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Se 2025 está sendo um ano desafiador, 2026 também inspira cuidados para as fabricantes de motores, apesar do planejamento e da necessidade de manter-se resiliente frente às dificuldades macroeconômicas e de acesso ao crédito, principalmente no que diz respeito ao mercado de caminhões.

Foi o que demonstraram durante o Congresso Perspectivas e Tendências 2026, realizado por AutoData, os executivos Cristian Malevic, diretor da unidade de negócios energia e descarbonização da MWM, Antonio Almeida, diretor de vendas da Cummins, Amauri Parizoto, diretor comercial da FPT Industrial para a América Latina e Giuliano Eichmann, diretor de operações da Horse.

Malevic ressaltou que diante de cenário de dificuldades econômicas e juros nas alturas é imperativa a postergação da renovação da frota e, portanto, o ramo de peças de reposição cresce em detrimento do envelhecimento dos veículos em circulação.

“O custo do capital também torna desafiadora a aprovação de projetos internamente”, disse o executivo da MWM. “E mesmo a Argentina, que teve movimento importante em 2025, se comportando melhor que no ano passado, traz desafios por causa da maciça presença de produtos da Ásia, o que se dá em toda a região. Nossas barreiras são maiores na competição pelo mercado latino-americano.”

Almeida apontou que o mix de vendas de caminhões, com o aumento do emplacamento de veículos leves e médios, sustentou a produção em grande parte do ano.

“Continuamos utilizando a capacidade fabril e a exportação ao México e outros países da região se manteve. No segmento de agricultura vimos recuperação, principalmente em pulverizadores, em que a Cummins tem 50% de participação. Em construção seguimos firmes com 13% a 15% do market share. Apesar de ter sido ano de altos e baixos, e da queda em caminhões, vemos resiliência nos nossos volumes.”

Parizoto concordou que o cenário de 2025 foi bastante desafiador em caminhões, o que trouxe queda de 4% até setembro. “A perspectiva é manter este nível no quarto trimestre. Não vemos recuperação por ora. E o mesmo vale para máquinas agrícolas.”

Ele contou que fora do Grupo Iveco a FPT recebeu solicitação pontual de cliente com volume superior ao que comprou o ano todo, o que demandou cancelamento de férias coletivas da linha específica para entregar tudo até a metade de dezembro. “Mas não é uma questão de mercado.”

Na Argentina, onde a marca tem clientes no aftermarket, segundo o executivo, nos últimos quatro meses se deu situação que inspira cuidado, e alerta para todo o primeiro trimestre do ano que vem:

“Estamos vendo uma inadimplência muito forte, clientes com problemas de fluxo de caixa. No país não é costume fazer venda à vista, o pagamento é feito em trinta, sessenta, noventa dias e são dados cheques como garantia, mas eles precisam ser compensados”.

Eichmann defendeu estabilidade em 2026, mas, por outro lado, será um ano que marcará a entrada da Horse em novos mercados, a exemplo do marítimo, com motores a etanol com sistema híbrido.

A empresa também trabalha com a Marcopolo no desenvolvimento do range extender, ou extensor de alcance, junto com a WEG, para ônibus Volare com capacidade de vinte a trinta ocupantes, a ser lançado no início do ano que vem, produto 100% nacional.

“Estamos vendo a possibilidade de estender sistemas híbridos na Europa também”, assinalou o diretor da Horse.

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