Faturamento da indústria de máquinas e equipamentos cresce em ritmo mais lento

A indústria de máquinas e equipamentos faturou R$ 26.530,27 milhões em agosto de 2025, 0,6% a mais que no mês anterior e 5,6% menos que no mesmo mês de 2024. No acumulado de janeiro a agosto, a receita de R$ 200.865,35 milhões é 10,6% maior que no mesmo período do ano passado, mas a taxa de expansão vem diminuindo, segundo dados divulgados pela Abimaq, no dia 1º de outubro. No primeiro semestre, a taxa de crescimento do faturamento acumulado era de 15,1% e, em julho, havia caído para 13,6% e, agora, para 10,6%. A tendência é que as taxas de crescimento continuem recuando, para fechar o balanço setorial de 2025 com expansão de 5%.

No mercado interno, o faturamento de agosto foi de R$ 19.654,48 milhões, com crescimento de 1,6% na comparação com o mês anterior e recuo de 13,2% em relação ao mesmo mês de 2024. No acumulado do ano até agosto, a receita interna de R$ 153.286,00 milhões é 12,7% superior ao do mesmo período de 2024.

MERCADO EXTERNO – As exportações somaram US$ 1.262,33 milhões, queda de 0,5% em relação ao mês anterior e crescimento de 33,6% em relação a agosto de 2024. No acumulado do ano, as vendas externas de US$ 8.312,68 milhões indicam estabilidade, com leve recuo de 0,1%. A tendência, porém, é que as exportações apresentem recuo cada vez maior por conta do tarifaço de Trump, embora a situação não seja tão ruim, como esperada anteriormente. Em agosto, a Abimaq falava em exportações praticamente zeradas para o EUA, à exceção das vendas intercompany.

Segundo Cristina Zanella, diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq, alguns fabricantes brasileiros começaram a negociar com clientes dos EUA formas de reduzir o impacto das tarifas de importação dos EUA, como a divisão dos prejuízos com parte da tarifa majorada paga pelo fabricante brasileiro e parte pelo cliente dos EUA. Também há projetos de longo prazo que foram mantidos. “Vai ser menos pior do que o previsto”, diz a diretora.

Os EUA são o principal destino das máquinas e equipamentos. Em 2024 representaram 26,9% do total das exportações do setor. Dentre os bens exportados nos últimos dois anos as máquinas para logística e construção civil e os componentes representam quase 75% das exportações do setor, de acordo com relatório da Abimaq.

Em 2025 houve mudanças nos principais destinos das exportações. As vendas para a América do Norte caíram 9%, enquanto a Europa e a América do Sul cresceram 11,6% e 17,2%, respectivamente. Na América do Sul, o destaque foi a Argentina, com aumento de

47,2% nas exportações, puxado pela ampliação das vendas de máquinas para agricultura (+82,8%) e para construção civil (+80,1%). Também se destacaram os aumentos das exportações para o Chile (+10,7%) e para o Peru (+19,5%).

Para os Estados Unidos, que representaram 25,9% das exportações do setor em no período de janeiro a agosto de 2025, houve queda de 7,5% nas vendas, principalmente devido à retração na demanda por máquinas para construção civil (-14,9%), produtos que passaram a representar 44,4% do total das exportações em 2025 ante 50,4% em 2024. Até o mês de agosto, a Abimaq não havia observado redução nas exportações para os EUA. Parte dos importadores podem ter antecipado as compras para evitar o tarifaço.

IMPORTAÇÕES – No mês de agosto, as importações somaram US$ 2.575,16 milhões, 11,4% menos que no mês anterior e 0,2% menos que no mesmo mês de 2024. No acumulado de janeiro a agosto, as importações totalizaram US$ 21.189,29 milhões, 9,1% a mais que no mesmo período do ano anterior.

Segundo relatório da Abimaq, as importações de máquinas e equipamentos em 2025 representaram 45,4% do consumo nacional, valor superior ao registrado no mesmo período do ano de 2024 e a maior participação para os meses de agosto.

No período de janeiro a agosto de 2025, a China foi a principal origem das importações, tanto em participação (31,8% do total) como em taxa de crescimento (+18%) em relação a 2024, mantendo elevada a distância dos tradicionais fabricantes de máquinas e equipamentos.

Os dados históricos do setor mostram clara ampliação da presença de máquinas importadas no mercado brasileiro, e de forma mais intensa vindas do mercado chinês. Em 10 anos a China quase dobrou a sua participação no total de máquinas importadas pelo Brasil (de 16,6% em 2015 para 32% em 2025).

OUTROS INDICADORES – O nível de utilização da capacidade instalada registrou estabilidade em relação ao mês de julho, mas superou em 2,9% o resultado de agosto de 2024. Em agosto o setor atuou com 78,8% da sua capacidade.

A carteira de pedidos, após ter crescido 2,1% em julho de 2025, recuou 2,5% no mês de agosto. Houve piora na carteira da maioria dos setores, mas as maiores quedas ocorreram nos setores de máquinas agrícolas e de máquinas para a indústria de transformação. Em média o setor está com carteira de pedidos igual ao do final de 2024, mas inferior em 2,3% à observada em agosto de 2024.

Em agosto de 2025, o setor de máquinas e equipamentos registrou expansão no número de pessoas empregadas. Foram 427 mil colaboradores, um avanço de 0,5% em relação ao mês de julho de 2025.

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