A Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) pediu que o Ministério Público Federal (MPF) tome providências sobre a retirada de trilhos e máquinas das ferrovias gaúchas para envio a outros Estados, principalmente Santa Catarina. O documento de representação diz: “Diante dessas ocorrências, potencialmente graves, encaminham a presente Representação ao Ministério Público Federal, pedindo providências desse órgão na apuração de tais fatos.”
A concessionária Rumo tem autorização da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) para fazê-lo, mas a medida gera indignação de autoridades, entidades empresariais e ferroviários do Rio Grande do Sul. A malha gaúcha estava sucateada há anos e foi severamente danificada pela enchente, ainda sem conserto.
— Nós temos que nos livrar deste inferno que é a concessão da Rumo — disse o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa.
O governo federal analisa renovar a concessão, que termina em 2027, ou fazer novo leilão, dividindo em trechos. O governo gaúcho não quer, mas não tem muita influência na decisão de Brasília. O governador Eduardo Leite queria usar a indenização devida pela Rumo por não fazer investimentos para atrair uma nova empresa.
Tá na Mesa
Exposição do drama ferroviário do Estado vai ocorrer também no Tá na Mesa da Federasul, organizado pelo vice-presidente da entidade, Rafael Goelzer, para o dia 3 de dezembro. Interessante que reunirá empresários e trabalhadores pela mesma bandeira. Isso porque vai participar o presidente do Sindicato dos Ferroviários do Rio Grande do Sul (Sindifergs), João Calegari, que é quem mais tem informações sobre o assunto e teme que a Rumo resolva levar daqui também os 700 vagõesque estão parados enquanto as ferrovias não são consertadas.