
A FGV Energia, em parceria com o Fórum Nacional dos Secretários de Minas e Energia (FNSME), realizou no último dia 22 de setembro, durante a abertura do 1º Congresso Brasileiro de Minas e Energia (CBME 2025), o lançamento do “Levantamento de Projetos e Iniciativas Estaduais voltadas à Transição Energética”. O evento, realizado na Casa da Energia da Eneva, em Brasília, reuniu autoridades, representantes institucionais e especialistas do setor.
Com a credibilidade de uma das mais respeitadas instituições de pesquisa aplicada no país, a FGV Energia consolida sua contribuição estratégica ao setor ao organizar, sistematizar e dar visibilidade a experiências concretas conduzidas por governos estaduais em todo o Brasil. O levantamento identificou 15 projetos inovadores, alinhados com metas nacionais de descarbonização, os planos energéticos do país (PNE 2050 e PDE) e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Mais de 40% das iniciativas mapeadas têm foco em energias renováveis, e 20% se concentram no uso do gás natural como vetor de transição. Outros temas recorrentes incluem eficiência energética, eletrificação rural, biocombustíveis e mineração sustentável — todos com impactos diretos na geração de emprego e renda, na inclusão produtiva de comunidades isoladas e na qualificação da mão de obra local.
Panorama dos Projetos Reconhecidos
O estudo apresenta uma diversidade de propostas, tanto em escopo quanto em abrangência regional. São projetos que aliam planejamento energético à realidade socioeconômica de cada estado:
– No Norte, o Atlas Solar do Amapá fortalece o mapeamento de potencial energético regional; no Amazonas, o uso estratégico do gás natural no interior reduz a dependência de termelétricas e impulsiona a integração ao sistema nacional.
– No Nordeste, projetos como a biorrefinaria de bambu no Maranhão e o Hub de Hidrogênio Verde em Sergipe sinalizam novas fronteiras tecnológicas. Já a Paraíba aposta na geração distribuída por meio de PPPs, enquanto Pernambuco investe na substituição da lenha por gás natural no polo gesseiro do Araripe, com benefícios ambientais expressivos para a Caatinga.
– No Centro-Oeste, o Mato Grosso do Sul recebeu destaque pelo Ilumina Pantanal, que garante energia solar a milhares de famílias em áreas remotas. Em Goiás, o Goiás Mais Energia Rural impulsiona a produção de biometano para transporte e agroindústria.
– Na região Sudeste, o Rio de Janeiro avança na infraestrutura de corredores sustentáveis para veículos pesados movidos a gás e biometano. Em São Paulo, a construção de gasodutos para biometano em Presidente Prudente reforça a meta estadual de reduzir emissões e ampliar a oferta de energia renovável.
– No Sul, estados como Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul destacaram-se por programas que modernizam a infraestrutura elétrica no meio rural. O Energia Forte no Campo e o Paraná Trifásico melhoram a qualidade do fornecimento energético e viabilizam o crescimento do agronegócio. Já o Programa Energia Boa, em Santa Catarina, promove a competitividade industrial com foco em fontes limpas e eficiência.
Um Instrumento para Política Pública e Cooperação Federativa
Mais do que reconhecer boas práticas, o levantamento busca oferecer insumos para o aprimoramento das políticas públicas, incentivando a replicação de modelos eficientes, sustentáveis e escaláveis. O estudo servirá também como base para futuras rodadas de cooperação entre governos estaduais, setor privado e instituições de pesquisa.
Com este trabalho, a FGV Energia fortalece sua missão de conectar conhecimento técnico à tomada de decisão estratégica, contribuindo de forma concreta para o desenvolvimento energético do país em sintonia com os compromissos climáticos globais.
Dados gerais do levantamento:
15 projetos mapeados: 3 concluídos, 1 em contratação e 11 em execução.
Principais áreas temáticas: energias renováveis (46,7%), gás natural (20%), combustíveis sustentáveis (13,3%), distribuição elétrica (13,3%) e mineração (6,7%).
Aderência às políticas públicas: projetos alinhados ao PNE 2050, PDE, metas climáticas brasileiras e ODS da ONU.