Acionistas da Anglo American e da Teck Resources aprovaram por maioria a fusão que dará origem à Anglo-Teck, um novo gigante da mineração com forte presença na América Latina e perspectivas de expansão no mercado de cobre.
A nova entidade administrará um portfólio composto em mais de 70% por cobre, incluindo cinco ativos de classe mundial que se encontram na região: Quebrada Blanca, Collahuasi e Los Bronces no Chile, e no Peru, Quellaveco e Antamina. A produção combinada poderia crescer em torno de 10% no curto prazo, por meio da estratégia unificada da Anglo-Teck.
Este ano Teck prevê produzir entre 415.000t e 465.000t de cobre, enquanto a Anglo American estima para suas operações no Chile um intervalo entre 380.000t e 410.000t, e no Peru entre 310.000t e 340.000t.
Ambas companhias projetam incrementar a produção conjunta do metal vermelho de 1,2Mt para 1,35Mt até 2027.
Prevê-se que o restante das aprovações regulatórias, incluindo a prevista no âmbito da Lei de Investimentos do Canadá – onde se localizará a sede da nova empresa com 62,4% da Anglo e 37,6% da Teck – esteja concluído durante 2026.
Os executivos destacaram a oportunidade de transformar a Anglo-Teck em uma das cinco maiores produtoras mundiais de cobre, com escritórios distribuídos na América Latina, América do Norte, Europa e Ásia.
Da mesma forma, destacaram que a Anglo-Teck poderia subir para o segundo lugar global atrás da Freeport, graças a sinergias operacionais e ao desenvolvimento de projetos brownfield e greenfield que estão na pauta.
Entre as sinergias previstas figuram as oportunidades entre Collahuasi e Quebrada Blanca, minas adjacentes na região chilena de Tarapacá, que permitirão uma produção incremental de quase 175.000t anuais de cobre entre 2030 e 2049.
BNamericas analisa cada um dos principais ativos que farão parte da Anglo-Teck, identificando a atual propriedade de cada companhia, além das iniciativas que permitirão consolidar a liderança no mercado de cobre.
Anglo e Teck estão revisando seus projetos para identificar aqueles com maior projeção e maximizar o valor e a rentabilidade de seus acionistas. Um dos desafios imediatos é resolver os problemas de relaves que têm afetado a entrada em operação de Quebrada Blanca.
A fusão acionária, equivalente a cerca de US$53.000 milhões (mi), marca um marco para a mineração mundial de cobre em meio à crescente demanda por minerais críticos e aos anúncios de déficits globais.
Através de um planejamento estratégico, orientado ao crescimento, à eficiência operacional e aos avanços tecnológicos, Anglo-Teck não apenas busca fortalecer sua resiliência diante das oscilações do mercado, mas também reforça o papel do Chile e do Peru como fornecedores-chave para as necessidades globais.