
Operários da construção civil realizaram uma paralisação na manhã desta segunda-feira (15), em Belém (PA). O movimento de greve afetou 70% das obras da capital, segundo o sindicato, afetando, inclusive, projetos da COP 30, como a Porto Futuro II e a Vila COP 30. Procurado, o governo do estado afirmou que não houve alterações e os trabalhos seguem dentro do cronograma previsto.
Atnágoras Lopes, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção e do Mobiliário de Belém (STICMB), explicou que os trabalhadores pediram inicialmente 10,25% de reajuste no salário e agora reivindicam 9,5%, mas a última proposta do sindicato patronal foi de 5,5%, o que seria basicamente compensar a inflação.
A campanha salarial envolve obras públicas e, na maioria, privadas. Dos projetos para COP, houve paralisações nas construções da Vila COP 30, que será um centro de hospedagem, do Parque Futuro II, um complexo cultural, turístico e gastronômico, e de dois hotéis privados: Vila Galé e Tivoli.
— Hoje parou cerca de 70% das obras da cidade de Belém e de parte da área metropolitana, que aglutina o sindicato de Marituba e Ananindeua. Atingiu uma parcela das obras da COP que estão no entorno do complexo do “Ver-o-Peso” — afirmou Lopes.
Depois da paralisação na manhã, cerca de 1.500 trabalhadores, segundo o sindicato, seguiram em passeata até a sede do sindicato patronal, mas não houve reunião. Em seguida, decretaram greve, em votação. Agora, Lopes explica que um ofício será enviado à presidência da COP 30 a fim de comunicar sobre o problema.
— Isso aqui é um problema de ordem federal e de ordem estadual. É um problema de 6 bilhões de investimento público — disse Lopes. — Vamos amanhecer amanhã com as obras paradas e estamos recorrendo a todos os responsáveis, porque a nossa disposição é de negociar.
Procurado, o governo do Pará respondeu que as obras da Vila COP30 e do Parque Futuro II continuam sem alterações e dentro do cronograma previsto.