O Brasil está emergindo como um ator estratégico na transição energética global, com o hidrogênio renovável (H₂V) ganhando destaque como pilar fundamental na descarbonização de setores industriais de difícil abatimento. Especialistas apontam que o país possui vantagens competitivas significativas, incluindo abundância de fontes renováveis e infraestrutura portuária robusta.
Potencial do hidrogênio renovável no Brasil
De acordo com o artigo assinado por Alexandre de Figueiredo Costa, José Ricardo Uchoa Cavalcanti e Sílvio Vieira de Melo, o Brasil apresenta condições ideais para se tornar um líder na produção de H₂V. A combinação de energia solar, eólica e biomassa permite a produção de hidrogênio com baixas emissões de carbono, essencial para setores como transporte marítimo, siderurgia e fertilizantes.
Marco legal e incentivos fiscais
A promulgação da Lei 14.948/24 estabeleceu um marco regulatório para o setor, criando o Regime Especial de Incentivos para Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Rehidro). Além disso, o Sistema Brasileiro de Certificação de Hidrogênio (SBCH₂) e o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC) oferecem incentivos fiscais, incluindo créditos sobre a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), com previsão de até R$ 18,3 bilhões em benefícios.
Atores estratégicos e investimentos
O artigo destaca a atuação de diversos atores no cenário nacional, incluindo empresas privadas, universidades e instituições de pesquisa. Projetos em escala piloto estão em desenvolvimento, com investimentos significativos em infraestrutura e tecnologia. A colaboração entre setores público e privado é vista como essencial para acelerar a implementação de soluções baseadas em hidrogênio.
Desafios e perspectivas futuras
Apesar do potencial, o Brasil enfrenta desafios relacionados à escala de produção, custos de infraestrutura e integração com mercados internacionais. A competição global, especialmente com países como Alemanha, Japão e Austrália, exige estratégias de inovação e cooperação internacional. Especialistas sugerem que o país deve focar em nichos específicos, como transporte marítimo e fertilizantes, onde o hidrogênio renovável pode oferecer soluções viáveis e competitivas.