
O Ceará deve receber R$ 10 bilhões em investimentos públicos entre 2025 e 2026. “Este ano, já superamos os R$ 2,5 bilhões em valores empenhados e a expectativa é encerrar 2025 [com aportes] acima de R$ 4 bilhões, ultrapassando o registrado em 2024, que foi de R$ 3,9 bilhões”, diz o governador Elmano de Freitas (PT).
Em relação aos investimentos privados, principalmente os beneficiados pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI) – mecanismo de incentivos fiscais do Estado – foram captados R$ 3,4 bilhões em 2024. “Em 2025, os protocolos de intenções somaram R$ 10 bilhões”, afirma Danilo Serpa, presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece).
A indústria cearense registrou um crescimento acima da média nacional no segundo trimestre de 2025, segundo o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). Em comparação com o mesmo período de 2024, o salto foi de 3,5%, ante 1,1% do Brasil. Os segmentos com melhor desempenho foram eletricidade, gás e água (com alta de 7%) e a indústria de transformação (3,1%), impulsionada pela expansão de atividades como a metalurgia.
Uma das novidades do parque industrial é o polo automotivo, que pretende ser uma “planta multimarcas” do segmento. A GM é a primeira a operar no local. “O investimento é de R$ 400 milhões, com previsão de gerar até 9 mil empregos”, assegura Serpa.
O Estado também se destaca pelo avanço na transição energética. Entre os novos projetos, o Hub de Hidrogênio Verde (H2V), no Complexo do Pecém, conta com mais de 40 memorandos de entendimento para produção e sete projetos com pré-contratos assinados com empresas como Casa dos Ventos e EDF. A previsão é de US$ 30 bilhões em investimentos, com o início da produção previsto para o fim de 2027.
Considerado pioneiro em energia eólica no país, o Ceará tem 102 plantas em operação, com 2,65 GW de capacidade instalada. Outros 68 empreendimentos estão em desenvolvimento, com projeção de entrega de 2,7 GW, além de 26 projetos offshore em licenciamento.
No turismo, a intenção é se consolidar como um dos principais destinos para estrangeiros no país. Até agosto de 2025, recebeu 69,6 mil turistas internacionais em voos diretos, um aumento de 29,6% em relação ao mesmo período de 2024. O resultado foi turbinado por campanhas de divulgação e o aumento de voos. Madri e Montevidéu estão entre as novas rotas.
O Estado, porém, precisa vencer a evasão de mão de obra qualificada. “Parcerias entre universidades, institutos e o setor privado podem acelerar um ecossistema de inovação”, diz Christiano Penna, professor da pós-graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre).