
Após quase 15 anos de estudos, o processo de integração entre a Ferrovia Norte-Sul (FNS), já em operação, e as ferrovias de Integração Centro-Oeste (Fico) e Oeste-Leste (Fiol) avança com lentidão. Foi preciso adequar projetos e redesenhar leilões, além de enfrentar questões fundiárias e ambientais, entre outros. A viabilidade da extensão da FNS de Açailândia (TO) a Barcarena (PA) continua em análise, conforme a Infra S.A.
Em setembro, o Ministério dos Transportes apresentou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) documentos preliminares para a modelagem do leilão de concessão em bloco do corredor formado pelos trechos de Correntina (BA) a Mara Rosa (GO), terceira fase da Fiol, e de Água Boa a Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, segunda etapa da Fico, somando 1.345 km. O primeiro trecho permitirá a conexão com a FNS, num trajeto de quase 840 km.
A ligação Água Boa-Mara Rosa, onde a Fico se conectará à FNS, está com 30,4% das obras, sob administração da Vale, concluídas. A ferrovia deve ser finalizada até 2028. A segunda fase da Fiol, de Caetité a Barreiras (BA), está 71% concluída e deve terminar em dois anos. A Infra S.A. fez um acordo de R$ 105 milhões em regularização fundiária, indenizações, capacitação e infraestrutura com comunidades quilombolas para evitar litígios e deslocamentos forçados.
Nos 10 anos entre 2014 e o ano passado, o corredor norte da FNS, sob gestão da VLI, mais do que triplicou os volumes transportados, para 14,4 bilhões de toneladas por quilômetro útil (TKU), conforme Alessandro Gama, diretor-executivo de planejamento, engenharia e tecnologia da operadora. Para ele, o trecho, que segue por 720 km de Porto Nacional (TO) a Açailândia (MA), e dali ao porto de Itaqui (MA) via Estrada de Ferro Carajás, também sob gestão da VLI, criou a “espinha dorsal” do Matopiba, região de confluência do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Concluído em 2023, num investimento próximo de R$ 4 bilhões, a malha central da FNS, com 1.537 km entre Estrela D’ Oeste (SP) e Porto Nacional (TO), ainda não atingiu seu potencial. A via suporta entre 50 milhões a 60 milhões de toneladas, segundo a Rumo. Em Goiás, que é atravessado pela ferrovia, a companhia tem terminais em São Simão, em parceria com a Caramuru Alimentos, e em Rio Verde, onde foi instalada uma unidade de fertilizantes com participação da Andali S/A.
Neste ano, a Rumo fechou parceria com a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) para levar bauxita de Goiás a Alumínio (SP) – a solução contempla 250 vagões e permite carregar até 12 mil toneladas por viagem – e iniciou o transporte de combustíveis a partir do terminal de Rio Verde.