A concessionária ViaQuatro, responsável pelo projeto de expansão da Linha 4- Amarela do Metrô de São Paulo, que vai conectar duas novas estações, Chácara do Jockey e Taboão da Serra, deu detalhes do planejamento e execução dos trabalhos que exigirá um investimento estimado de R$4 bilhões. A extensão terá 3,3 km adicionais de novos trilhos subterrâneos e também vai incluir um terminal de ônibus integrado, ciclovia, bicicletário e áreas de convivência.
Com a expansão até Taboão da Serra, a Linha 4-Amarela contará com seis novos trens fabricados pela CRRC. A novidade permitirá ampliar o percurso até a nova estação terminal sem alteração no intervalo entre composições, que continuará em torno de dois minutos. Isso significa que os passageiros terão a mesma agilidade de sempre, agora com a possibilidade de chegar ainda mais longe: o trajeto entre Luz e Taboão será feito em aproximadamente 26 minutos.
“Este projeto materializa como a cooperação entre o público e o privado pode transformar a mobilidade urbana em motor de desenvolvimento social. Ao reforçar nosso compromisso de trabalhar junto ao poder concedente e à Artesp, reafirmamos a crença de que a mobilidade é capaz de reduzir desigualdades e melhorar, de forma concreta, a vida das pessoas que servimos”, afirma André Salcedo, presidente da Plataforma de Trilhos da Motiva.
Escavação pelo método NATM
O trecho será construído pelo método NATM (New Austrian Tunneling Method), que combina escavação em camadas com aplicação imediata de concreto projetado. É um processo minucioso que permite abrir frentes simultâneas de trabalho ao longo do túnel, com cerca de 3 km de extensão escavada a até 30 m de profundidade em alguns trechos.
Estações acessíveis e resilientes às mudanças climáticas
Entre os recursos previstos nas estações estão sistemas de drenagem contra enchentes, uso de materiais duráveis, isolamento térmico para reduzir a absorção de calor, iluminação em LED e infraestrutura preparada para a instalação de painéis solares. Também estão previstas soluções como captação e reuso de água da chuva, ventilação aprimorada e sensores inteligentes para monitorar temperatura, umidade e fluxo de ar. O contrato atende cerca de 60% da demanda do Grupo e reforça a meta de neutralidade de carbono até 2035. Outro diferencial é a ênfase em inclusão e acessibilidade: rampas, elevadores, escadas rolantes, sinalização tátil e visual, mapas acessíveis, banheiros adaptados e treinamento da equipe para atendimento a pessoas com deficiência.
“As novas estações já nascem preparadas para enfrentar os desafios climáticos, com soluções de acessibilidade e sustentabilidade que reforçam o padrão internacional de qualidade que a Motiva entrega”, destaca Adriana Martins, diretora de Engenharia e Implantação da plataforma de trilhos da Motiva.
A Estação Chácara do Jockey contará com dois acessos (pelo parque e pela Av. Prof. Francisco Morato), plataformas laterais de 132 m, 2 elevadores, 4 escadas rolantes, sanitários acessíveis e sala de pronto atendimento. A profundidade média será de cerca de 20 m em relação ao nível da rua. Além disso, a estação será um exemplo do cuidado ambiental do projeto. Serão afetados apenas 360 m² do parque, com compensação ambiental realizada no próprio local.
A Estação Taboão da Serra será a porta de entrada do metrô naquele Município. Terá dois acessos, plataformas amplas também com 132 m de extensão, 2 elevadores, 6 escadas rolantes, 17 bloqueios e sanitários acessíveis, além de um terminal de ônibus integrado com capacidade para 22 veículos, ciclovia conectada ao Córrego Poá e bicicletário junto ao acesso principal. Em alguns trechos, a escavação chega a 25 m de profundidade. Este projeto será o primeiro onde uma linha de metrô da capital vai cruzar a fronteira municipal e se estender até a Região Metropolitana.