“Itabira tem toda a capacidade de disputar a produção de briquetes de minério de ferro”, afirma presidente do Metabase

O presidente do Sindicato Metabase de Itabira e Região e representante dos trabalhadores no Conselho da Vale, André Viana, defendeu que Itabira esteja na rota da produção de briquetes de minério de ferro, tecnologia lançada recentemente pela mineradora como alternativa sustentável para a siderurgia mundial. A declaração foi dada em conversa com a imprensa após a reinauguração da Mina Capanema, pertencente à empresa e localizada entre Santa Bárbara, Ouro Preto e Itabirito.

“Itabira errou drasticamente no passado quando não conectou mineração com siderurgia. Então, nós somos uma cidade pioneira no extrativismo mineral. Tivemos uma estatal sendo fundada na cidade, com uma bênção, que era uma ferrovia que interliga dois estados, até hoje o existente, que é a Estrada de Ferro Vitória a Minas”, pontuou Viana.

Segundo ele, a produção de briquetes representa uma oportunidade histórica de reposicionar o município no cenário da indústria mineral e siderúrgica. “A Vale lançou agora um produto extremamente sustentável, que é o briquete de minério de ferro, que retira da siderurgia o carbono, ou seja, a agenda ESG da descarbonização. Já tem uma usina no porto de Tubarão [em Vitória, no Espírito Santo]. São sete usinas no mundo e por que não discutir uma em Itabira ou em Minas Gerais?”, questionou.

Investimento coletivo

Para que o projeto se concretize, André Viana destacou a necessidade de articulação entre diferentes esferas de poder e empresas do setor. “Isso acontece via não somente a Vale, tem que ter a força política estadual, tem que ter o investimento, talvez, via BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] e tem que ter uma siderurgia conectada. Pode ser a Usiminas [no Vale do Aço], a ArcelorMittal [em João Monlevade]. Nós temos a Usiminas na nossa rota ligada com a ferrovia e Itabira tem toda a capacidade, sim, de disputar e ter um investimento tri ou polipartite: Vale, município, estado, federação e BNDES”, explicou.

O sindicalista avaliou que Minas Gerais está em condições de liderar esse processo, mas reforçou que será preciso articulação política e institucional. “Eu acredito piamente que Minas Gerais está nessa rota, lógico, tem que trabalhar para construir isso”, completou.

Produto sustentável

Viana ressaltou que o briquete tem o potencial de transformar a imagem da mineração ao reduzir impactos ambientais e dar novo destino ao minério de ferro. “É uma chave de virada para tornar o minério, que no passado contaminou e gerou rejeito, em produto sustentável. Isso seria extremamente importante para Itabira”, concluiu.

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