
Resiliência é um termo que indica a característica de adaptação de alguns materiais às diferentes condições a que possam ser submetidos. Ao longo do tempo, especialmente após os efeitos das mudanças climáticas, a palavra extrapolou a área técnica e passou a simbolizar os esforços de toda a sociedade para vivenciar o novo contexto e planejar o futuro. Cientes dos novos desafios que se apresentam e ao celebrarmos o Dia do Engenheiro Civil, comemorado no último 25 de outubro, propomos um momento de reflexão sobre o papel estratégico que a engenharia civil desempenha na construção de um Brasil mais resiliente, justo e sustentável.
A engenharia civil é, por natureza, uma profissão que transforma ideias em infraestrutura, sonhos em concreto, e necessidades em soluções. Estradas, pontes, hospitais, escolas, redes de saneamento, edificações seguras e eficientes, tudo isso passa pelas mãos e pelo raciocínio técnico de engenheiros civis. Mas, em tempos de mudanças climáticas, urbanização acelerada e desafios sociais complexos, essa atuação precisa ir além da técnica: ela precisa ser ética, inovadora e comprometida com o futuro.
Essas reflexões terão palco no 30º Congresso Brasileiro de Engenheiros Civis (CBENC), que será realizado entre os dias 5 e 7 de novembro, em Porto Alegre. Com o tema “Transformando caminhos, erguendo futuros”, o evento reunirá especialistas, pesquisadores, estudantes e profissionais de todo o País para debater soluções técnicas e estratégicas que respondam aos desafios contemporâneos da engenharia. Daí a importância da participação da categoria nessa jornada de conhecimento, troca de experiências e construção coletiva de caminhos para um futuro mais seguro e sustentável.
Neste Dia do Engenheiro Civil, reconhecemos não apenas os feitos da engenharia, mas também nosso papel para a construção de cidades adaptadas aos novos tempos. É urgente a valorização dos profissionais que estão na base do nosso cotidiano e também instigá-los a questionar antigos padrões, a buscar novas alternativas, a conhecer ferramentas da era 4.0, inspirando as novas gerações a perceber a engenharia civil não apenas como uma carreira, mas como uma missão.
*João Leal Vivian
Presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Civis (Abenc-RS) e vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (Senge-RS)