
As conversas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abriram espaço para uma possível reavaliação das tarifas impostas sobre produtos brasileiros, especialmente aço e alumínio. A reunião, realizada no domingo (26), na Malásia, durou cerca de 45 minutos e foi considerada “muito positiva” pelo Itamaraty. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, Trump teria se comprometido a instruir sua equipe a iniciar imediatamente um processo de negociação bilateral.
Atualmente, o aço brasileiro enfrenta sobretaxas de até 50% nas exportações ao mercado norte-americano, além de tarifas adicionais que podem chegar a 40% sobre alguns produtos e 10% em medidas recíprocas. A sinalização de um possível alívio tarifário é vista por agentes de mercado como um fator de médio prazo, ainda sem efeito imediato sobre as cotações.
No curto prazo, o mercado de placas de aço permanece estável. Produtores brasileiros mantêm ofertas firmes, diante de uma combinação de demanda consistente e equilíbrio entre destinos na Europa e nas Américas. Segundo fontes do setor, as consultas de compradores seguem em ritmo regular, sem espaço para reajustes relevantes nos preços.
Dados da Aço Brasil indicam que a produção de placas atingiu 707 mil toneladas em setembro, praticamente estável ante as 706 mil toneladas de igual mês de 2024. As exportações avançaram 9,28% no período, para 570 mil toneladas. No acumulado de janeiro a setembro, os embarques somaram 6,1 milhões de toneladas, alta de 7% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior.
Analistas avaliam que a continuidade dos fluxos de exportação reflete uma posição sólida da siderurgia brasileira no comércio global, apoiada por contratos de longo prazo e pela fidelização de clientes nas Américas. Ainda assim, eventuais desdobramentos das negociações entre Brasília e Washington são monitorados de perto, com potencial de influenciar a competitividade do setor no médio prazo.