O Brasil se prepara para um dos maiores e mais ambiciosos ciclos de investimento no setor ferroviário das últimas décadas. Após anos de degradação e subutilização da malha, o Governo Federal aposta em 2026 como o ano da retomada, com o objetivo de criar uma matriz logística mais eficiente, limpa e competitiva.
Segundo o Ministério dos Transportes, a expectativa é movimentar um total impressionante de R$ 139,7 bilhões em obras de revitalização e ampliação, além de R$ 516,5 bilhões em operações de trechos ferroviários.
Malha Oeste: Prioridade em Mato Grosso do Sul
Entre os projetos de maior destaque e impacto regional está a Malha Oeste, crucial para Mato Grosso do Sul. A ferrovia, que possui ramais importantes para Corumbá e Ponta Porã, conecta o estado a São Paulo.
O cronograma prevê a publicação do edital em abril de 2026, com o leilão de concessão agendado para julho. O trecho, de 1.597 quilômetros, é um dos mais longos do pacote e exige uma reforma completa, dada sua situação de inatividade.
Os números da concessão da Malha Oeste impressionam:
Custo Estimado das Obras: R$ 35,7 bilhões
Valor da Operação: R$ 53,5 bilhões
Prazo de Concessão: 57 anos
A Malha Oeste é considerada um pilar estratégico para a logística nacional, especialmente por sua integração futura com o Corredor Bioceânico. A ferrovia será fundamental para o escoamento de produtos como combustíveis, grãos e celulose, ligando polos produtivos de MS e o Centro-Oeste ao Porto de Santos e a outros portos do Sudeste via Ferroanel.
O Governo planeja, ao longo dos próximos dois anos, consolidar essa nova fase do transporte ferroviário, promovendo leilões e revitalizando trechos degradados para interligar as principais regiões produtoras do país aos grandes portos.