Mercado não está avaliando corretamente riscos da eleição, diz Stuhlberger

Luis Stuhlberger, CEO e CIO (diretor de investimentos) da Verde Asset Management, afirmou nesta segunda-feira que as eleições de 2026 vão ser as com efeitos mais imprevisíveis da história do país, e que essa volatilidade não está corretamente avaliada pelos agentes econômicos. Segundo ele, será uma eleição binária, com chances equilibradas entre a reeleição do governo atual e da vitória da oposição.

“A impressão que o mercado dá hoje, pelos preços [dos contratos] de opções, é que a continuidade do governo Lula, um Lula 4, não seria muito pior que o Lula 3. Não estamos vendo um cenário de comprar proteção”, disse ele em painel no Itaú BBA Macro Vision, em São Paulo.

De acordo com Stuhlberger, a única eleição parecida no país foi a que teve com principais concorrentes Dilma Rousseff e Aécio Neves, em 2014. “Em 2002, Lula já tinha ganho. Teve um pouco na eleição do Bolsonaro, mas Lula não competia. Eu olharia um cenário de cauda, [em caso] de continuidade [do atual governo], pior do que o mercado está precificando hoje.”

Ele afirma que o pleito presidencial já está nos preços e o processo só vai aumentar. Mas Stuhlberger pondera que uma demonstração de compromisso fiscal “no hipotético dia em que Lula vencer” já acalmaria o mercado financeiro.

Rodrigo Azevedo, sócio da Ibiuna Investimentos, comentou no mesmo painel que a dúvida sobre como vai ser o ajuste da economia em 2027, conforme o vencedor da eleição presidencial, fará com que o Banco Central seja mais conservador no ano que vem. “Se o ajuste de 2027 for desordenado, chance de que os mercados façam ajuste desordenado, como foi em 2015 e 2016, é grande. Nesse cenário a chance é grande de a inflação ser próxima da meta. Mas em 2026 a dúvida sobre 2027 vai levar a uma postura conservadora do BC, então acho que vai demorar mais para cortar os juros.”

Ele lembrou que, do fim do ano para cá, a eleição já interferiu nos preços dos ativos. Hoje, avaliou, os analistas veem as chances divididas meio a meio. “A pergunta é se vamos ter um novo movimento em que isso vai virar 70-30. Acho difícil acontecer no curto prazo, então agora estamos operando de olho no cenário global, que está ancorando os ativos do Brasil.”

Para Azevedo, enquanto não tivermos mais visibilidade da eleição, o que, ressaltou, só deve ocorrer no segundo trimestre do ano que vem, vamos continuar dessa forma.

James Oliveira, da Vinland Capital, também prevê volatilidade alta no mercado no ano que vem e que no momento não dá para fazer posições relevantes apostando na vitória da situação ou da oposição. “Nossa função como gestor vai ser analisar o cenário e vendo o que pode ser feito em cada mercado, para buscar oportunidades.”

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