Minas Gerais tem superávit de US$ 21,8 bilhões na balança comercial até outubro

O saldo da balança comercial de Minas Gerais chegou a US$ 21,8 bilhões de janeiro a outubro de 2025, montante 2,7% maior que o registrado no mesmo período de 2024.

No acumulado do ano, as exportações aumentaram 5,2%, somando US$ 37,2 bilhões, enquanto as importações cresceram 9,1%, totalizando US$ 15,4 bilhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic).

Minério de ferro retoma liderança nas exportações

O minério de ferro voltou a ocupar o posto de principal produto exportado por Minas Gerais, após ter sido ultrapassado pelo café no primeiro semestre.

De janeiro a outubro, as exportações do insumo mineral somaram US$ 9,7 bilhões, uma queda de 10,9% em relação ao mesmo período de 2024, quando o valor atingiu US$ 10,9 bilhões. O volume exportado se manteve praticamente estável.

Café impulsiona superávit com salto de 44,6% nas exportações

Mesmo com uma queda de 11,6% no volume embarcado, as exportações de café renderam US$ 8,8 bilhões nos dez primeiros meses do ano — um crescimento expressivo de 44,6% frente aos US$ 6,1 bilhões registrados no mesmo período de 2024.

O bom desempenho do produto, impulsionado pela alta das cotações internacionais, consolidou o café como o segundo item mais exportado do Estado.

Juntos, minério de ferro e café responderam por quase metade (49,8%) das exportações mineiras. Os principais destinos foram China e Estados Unidos.

Soja perde força e exportações recuam

A soja, terceiro produto mais exportado por Minas, registrou queda de 9,8% no valor das exportações e recuo de 2,4% no volume exportado no acumulado de 2025, na comparação com o mesmo período de 2024.

Automóveis lideram importações mineiras

Nas importações, o destaque foi para os automóveis de passageiros, que mantiveram a liderança entre os produtos mais comprados por Minas, mesmo com uma queda de 29,7% em relação ao ano anterior.

Na sequência, aparecem partes e acessórios de veículos e insumos imunológicos e profiláticos (derivados de sangue humano e animal), que registraram altas de 30,9% e 58,5%, respectivamente.

Outros produtos com forte alta nas importações foram medicamentos (+90,5%) e fertilizantes minerais e químicos (+4,2%).

Assim como nas exportações, China e Estados Unidos foram as principais origens das importações mineiras.

Outubro registra superávit de US$ 2,4 bilhões

Apenas em outubro, Minas Gerais registrou um superávit de US$ 2,4 bilhões, alta de 22,7% em relação ao mesmo mês de 2024.

As exportações somaram US$ 4,1 bilhões, aumento de 12,5% na comparação anual, enquanto as importações ficaram estáveis, totalizando US$ 1,7 bilhão.

Tarifaço dos EUA tem impacto limitado

O economista Alexandre Miserani, professor do Centro Universitário Arnaldo Janssen, avalia que o tarifaço imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump teve baixo impacto nas exportações mineiras no acumulado do ano.

Segundo ele, isso se deve à pauta exportadora baseada em commodities, como café e minério de ferro, que têm forte demanda em outros mercados.

Alta do café sustenta superávit mineiro

De acordo com Miserani, o preço elevado do café foi determinante para o bom desempenho da balança comercial mineira.

“O Vietnã, um dos maiores exportadores de café, teve uma queda expressiva de produção, o que elevou os preços internacionais. Com isso, café e minério de ferro sustentaram o superávit de Minas Gerais”, afirmou o economista.

Para ele, mesmo com o vaivém das tarifas impostas por Trump, o bom momento do café explica o forte crescimento do superávit em outubro e reforça o protagonismo do agronegócio mineiro no cenário nacional.

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