
Em um movimento de reforço à política de habitação social, governos estaduais e municipais anunciaram a construção de novas moradias em diferentes regiões do país — da capital de Roraima à capital paranaense — com foco em atender famílias de baixa renda. Os projetos visam oferecer respostas concretas à demanda por habitação digna em locais onde o déficit habitacional permanece elevado.
Expansão massiva em Boa Vista (RR)
O governo de Roraima confirmou a construção de cerca de 27 mil moradias na capital, Boa Vista, em um investimento estimado em R$ 442 milhões. Trata-se de uma das maiores iniciativas habitacionais já anunciadas no estado, com unidades voltadas a diferentes faixas de renda, incluindo famílias que ganham entre R$ 2.850 e R$ 8.600 por mês.
O plano também inclui ações de regularização fundiária e a priorização de grupos vulneráveis, como idosos, pessoas com deficiência e mulheres vítimas de violência doméstica. A articulação envolve diversos órgãos públicos para garantir segurança jurídica e acelerar os processos necessários para o início das obras.
Curitiba (PR) lança edital para 288 novas casas populares
Em Curitiba, a Companhia de Habitação Popular (Cohab) publicou edital para selecionar construtoras responsáveis pela construção de 288 novas moradias, divididas entre dois empreendimentos: Moradias Arroio e Moradias Ilha do Sol, com 144 unidades cada. As casas serão destinadas a famílias com renda de até R$ 2.850 mensais.
As obras serão realizadas em terrenos da Cohab com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). O órgão municipal já possui outras 848 unidades em construção para essa mesma faixa de renda, além de mais de mil moradias em fase de aprovação para lançamento a partir de 2026. A meta da prefeitura é entregar até 20 mil soluções habitacionais em quatro anos.
Comparação entre os projetos
Enquanto Boa Vista aposta em uma intervenção de grande escala, com dezenas de milhares de novas casas e forte aporte de recursos públicos, Curitiba adota um planejamento gradual e mais segmentado, estruturado em editais e fases sucessivas de construção.
Em Boa Vista, o foco está em atacar rapidamente o déficit habitacional, combinando ampliação da oferta e regularização fundiária.
Já Curitiba prioriza a estabilidade administrativa e o controle criterioso das contratações, concentrando-se inicialmente em famílias de renda mais baixa.
Desafios presentes nos dois cenários
A execução dos projetos dependerá de fatores como liberação de recursos, eficiência na contratação das obras, infraestrutura urbana e acompanhamento social das famílias beneficiadas. Em ambas as cidades, o êxito das iniciativas está ligado à capacidade de garantir moradia adequada, com acesso a serviços públicos, transporte e saneamento.
Apesar das diferenças de escala e de estratégia, os anúncios representam avanços importantes na ampliação do acesso à moradia popular e oferecem uma perspectiva de maior segurança habitacional para milhares de famílias brasileiras.