Mota-Engil negocia aquisição da Bamin em movimento estratégico no Brasil

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A gigante portuguesa Mota-Engil está em negociações para adquirir a Bahia Mineração (Bamin), dona de ativos de minério de ferro e de infraestrutura associada no Brasil.

A Mota-Engil, que tem o grupo chinês CCCC como acionista minoritário, mantém conversas avançadas sobre a aquisição com a controladora da Bamin, a Eurasian Resources Group (ERG), do Cazaquistão, disseram à BNamericas duas fontes familiarizadas com as negociações, que pediram para não ser identificadas.

Procurada pela BNamericas, a Mota-Engil recusou-se a comentar.

A Bamin é responsável pela construção de um trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e pelo projeto do Porto Sul, no estado da Bahia – ambos essenciais para garantir o escoamento da produção da mina Pedra de Ferro, que tem capacidade estimada de produção anual de 26 milhões de toneladas de minério de ferro.

No total, os projetos demandam investimentos adicionais de cerca de US$5 bilhões para serem concluídos.

“O foco primário da Mota-Engil será a Fiol e o porto, desbloquear essa infraestrutura, sendo a mina de ferro a cereja do bolo nessa negociação”, disse uma das pessoas consultadas.

Há meses, a ERG, que enfrenta dificuldades para assegurar os recursos necessários para avançar com os projetos, tenta vender o ativo.

A iniciativa chegou a atrair o interesse de um consórcio formado por Vale, Cedro Mineração e BNDES, mas a Vale mostrou-se reticente em avançar com o negócio devido ao elevado volume de investimentos necessários para concluir os ativos de infraestrutura.

Agora, com a entrada da Mota-Engil nas negociações, caso o acordo se concretize, a operação pode representar a entrada de um novo e relevante grupo no setor de mineração brasileiro.

O grupo português mantém ativos de mineração no continente africano e planeja usar essa expertise caso conclua a aquisição no Brasil.

A Mota-Engil já conta com uma presença significativa no setor de infraestrutura no país. Recentemente, a empresa venceu um contrato de parceria público-privada (PPP) de R$6,8 bilhões (bi) para a construção do primeiro túnel imerso do Brasil, ligando as cidades de Santos e Guarujá, no estado de São Paulo.

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