Mota-Engil vence leilão para construir e operar túnel Santos-Guarujá

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O grupo português Mota-Engil foi o vencedor do leilão realizado nesta sexta-feira (5), na B3, e será o responsável por construir e operar o túnel que ligará Santos e Guarujá, cidades no litoral de São Paulo. A obra, prometida há 100 anos, será feita de forma conjunta pelo governo federal e o governo estadual, e deve custar em torno de R$6,8 bilhões.

As duas concorrentes entregaram as suas propostas lacradas no começo da semana e a Mota-Engil apresentou o maior desconto, na ordem de 0,50%, no valor da contraprestação anual que o poder público pagará ao longo dos 30 anos de concessão. O pagamento máximo previsto era de R$438,3 milhões ao ano. Já a Acciona não ofereceu qualquer valor de desconto.

Com 1,5 km de extensão ao todo, esta será a primeira travessia submersa do Brasil e a maior da América Latina, e promete desafogar a Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055) e as balsas, e garantir uma maior capacidade de escoamento do Porto de Santos, que hoje enfrenta congestionamentos frequentes com o entra e sai de caminhões. A previsão é que as obras comecem em 2026 e que os primeiros acessos e obras de mobilidade fiquem prontos em 2030, mas a expectativa do governo paulista é que o túnel só deve entrar em operação completa e definitiva em 2038.

No percurso de travessia total, 870 metros será de túnel submerso e ele passará por baixo do canal que abriga o porto mais movimentado do Brasil, a no mínimo 21 metros de profundidade. Serão três faixas de rolamento por sentido, sendo uma adaptável para receber o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de uma ciclovia e passagem para pedestres na parte central. O trajeto deve durar menos de cinco minutos. Quando a obra ficar pronta, a concessionária vai cobrar pedágio dos veículos pelo sistema free flow (cobrança automática, sem guichês), mas ciclistas e pedestres serão isentos.

Construção em docas secas A obra vai começar em uma doca seca. Após prontas, as estruturas de concreto serão levadas até o local do túnel e serão submersas, niveladas e protegidas por barreiras de contenção. Serão seis módulos pré-moldados com concreto armado.

Os módulos serão então imersos, encaixados e fixados para concluir a estrutura, sem interromper o tráfego de navios no canal. A obra inclui o túnel, o acesso urbano com vias nos dois lados e os edifícios de acesso e administração.

O túnel sairá da região de Vicente de Carvalho, no Guarujá, até o bairro Macuco, em Santos, próximo ao porto. Hoje, as opções para ir de uma cidade para outra são via rodovia ou balsa, que em horários de pico costumam ficar bastante congestionadas – os caminhões que vão e voltam do porto só podem usar a rodovia.

O custo total previsto para a obra é de R$ 6,8, bilhões, sendo que o aporte público máximo será de R$ 5,14 bilhões, divididos igualmente entre a União e o estado de São Paulo, segundo o edital, além das contrapartidas anuais que vão começar a ser pagos assim que o túnel começar a operar.

Histórico dos concorrentes

O grupo português Mota-Engil é uma multinacional que atua em 21 países distribuídos pela Europa, África e América Latina. Atua em áreas de infraestrutura como engenharia de construção, industrial e energia, mas também tem subsidiárias em mineração, imobiliárias, mobilidade e gestão de ativos.

No Brasil, a empresa atua com maior foco na área de infraestrutura, com projetos de ferrovias, rodovias, portos, aeroportos, óleo e gás e mineração por meio da Empresa Construtora Brasil (ECB).

É também responsável, entre outros negócios, pela gestão e manutenção de um trecho de 265,8 km da BR-386, no Rio Grande do Sul, e pelos serviços de coleta de lixo em Brasília. Assinou recentemente um contrato com a Petrobras para execução de serviços dos sistemas submarinos de plataformas offshore.

A espanhola Acciona está presente em 65 países e também tem forte atuação na área de infraestrutura. É mais conhecida atualmente por ser a responsável pela construção da linha-6 laranja do metrô de São Paulo.

A empresa iniciou seus negócios no Brasil há quase 30 anos, quando foi responsável pelo projeto do Terminal 2 do Porto do Açu, em São João da Barra (RJ). Também responde pela restauração e reforma da antiga estação ferroviária Júlio Prestes na Sala São Paulo. Ainda no Brasil, atua na área de saneamento de cidades em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco.

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