Novo leilão e divisão de ferrovias do Sul em três “corredores” são cogitados por governo federal

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O Ministério dos Transportes já contratou estudos para uma nova licitação da Malha Sul, abrirá audiência pública e trabalha, inclusive, com uma previsão de leilões, ainda que não descarte totalmente uma repactuação da concessão das ferrovias à Rumo. O governo federal diz que a intenção é abrir em breve a audiência pública para receber contribuições da sociedade. Já a realização dos leilões é projetada para o final de 2026, antes do vencimento do contrato atual com a Rumo, que vai até 2027.

Os projetos estão sendo elaborados pela Infra S.A, empresa pública da União para planejamento do setor de transportes, inclusive com melhorias nos trechos destruídos pela enchente de 2024. Segundo o Ministério dos Transportes, as propostas em análise incluem a divisão da malha ferroviária em três novos corredores logísticos:

Corredor Paraná, conectando os portos de Paranaguá (PR) e São Francisco do Sul (SC)

Corredor ligando o Oeste e Norte do Rio Grande do Sul ao porto de Rio Grande (RS)

Corredor de integração entre São Paulo e Uruguaiana (RS)

Reconstrução

Atualmente, ainda que sucateado, só um trecho das ferrovias gaúchas está funcionando, ligando Cruz Alta, no Noroeste, a Rio Grande, no Sul. Os demais foram danificados na enchente e não houve conserto. Ainda conforme o Ministério dos Transportes, a reconstrução das ferrovias gaúchas será realizada com recursos do seguro contratado pela Rumo. Este valor é baixo, segundo o colunista de GZH Jocimar Farina, mas, se somada a indenização devida pela concessionária por não realização de serviços, o valor sobe a R$ 5 bilhões, que é a quantia citada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, quando questionado pela coluna sobre as necessidades das ferrovias gaúchas.

Renovação

Apesar de já prever leilão, o Ministério dos Transportes diz que isso não anula uma repactuação com a Rumo. Afirma que ambas as opções são consideradas “pois dependem de negociações e de condições econômicas e financeiras que seguem determinados padrões e requerem estudos específicos”, que são os que estão ocorrendo.

Impacto econômico

A necessidade de ferrovias no Sul, uma região de agro, é abordada pela coluna há anos, antes mesmo das enchentes. Mais recentemente, chamaram a atenção as falas de empresários publicadas aqui. Em uma delas, o CEO da Be8, Erasmo Battistella, exemplificou que gastará R$ 7 milhões a mais de frete em 2025 por não haver ferrovia, além de colocar 2,5 mil caminhões a mais nas rodovias para fazer a logística da sua fábrica de biodiesel em Passo Fundo. Em outra, o presidente da Aurora Coop, uma das maiores cooperativas do país, Neivor Canton disse que o Oeste Catarinense vai colapsar sem ferrovias, que empresas mudarão de lugar e que o Brasil é “refém do rodoviarismo”.

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