
As pastilhas de travão que custavam 350 reais agora custam 500? O óleo que custava 120 reais passou a custar 200 reais? Se reparou que a manutenção do seu carro ficou mais cara, não está sozinho. Nos últimos anos, os preços das peças automóveis aumentaram consideravelmente e os condutores perguntam-se, com razão, o que está a acontecer.
A resposta é que vários fatores se combinaram. Os preços das matérias-primas, do aço à borracha, aumentaram. A logística mudou após a pandemia e não regressou aos níveis anteriores. O real desvalorizou face ao dólar e a maioria das peças é importada ou fabricada com materiais importados. A isto somam-se os custos da alfândega, dos intermediários e da inflação interna. No entanto, há um detalhe importante: o mercado também mudou, de forma que os condutores mais espertos encontram maneiras de poupar mesmo com os preços mais altos. Vamos entender como.
O Brasil está entre os maiores mercados automóveis do mundo
Com mais de 74 milhões de veículos nas estradas, o Brasil está entre os seis maiores mercados automóveis do mundo. Os grandes fabricantes investem milhares de milhões em fábricas e tecnologias locais. A Stellantis, por exemplo, anunciou um investimento recorde para os próximos cinco anos. Isto não são sinais de crise, mas sim de um mercado em crescimento e transformação com novas regras.
A matéria-prima ficou mais cara para todo mundo
Os discos de travão são feitos de aço, que ficou mais caro com a subida do minério de ferro e da energia nas siderúrgicas. As peças plásticas dependem do petróleo — se o petróleo sobe, o plástico sobe. As vedações de borracha sofrem com as más colheitas de látex na Ásia. É economia básica de materiais.
As fábricas europeias e asiáticas pagam mais por eletricidade desde a crise energética de 2022. Os salários na China subiram — o país deixou de ser a “oficina barata do mundo”. Os novos padrões ambientais exigem equipamentos caros. Tudo isso se soma no custo final.
A boa notícia: a automação reduz custos gradualmente. Robôs trabalham com mais precisão e velocidade, diminuindo defeitos e acelerando a produção. Os resultados aparecem aos poucos, mas a tendência é positiva.
A logística ficou mais complexa, mas também mais eficiente
Uma peça da Alemanha ou da China passa por um longo caminho. Ela fica em armazém, viaja num contentor pelo oceano, passa pela alfândega, chega ao distribuidor e depois ao vendedor. Cada etapa envolve trabalho de pessoas e máquinas, e tudo isso custa.
Grandes lojas online investem em infraestrutura para acelerar entregas. A empresa europeia AUTODOC, por exemplo, construiu quatro armazéns modernos em diferentes países — Berlim, Szczecin, Cheb e Ghent. O mais novo, em Ghent (Bélgica), inaugurou em 2025 equipado com sistemas automatizados de armazenamento que processam milhares de pedidos diários sem erros.
Graças a essa infraestrutura distribuída, as peças chegam mais rápido aos clientes, o risco de atrasos diminui e um amplo sortimento está sempre disponível. Quatro armazéns em diferentes pontos da Europa permitem agilizar o processamento e reduzir o tempo de entrega. Embora a AUTODOC não realize envios diretos para o Brasil, os condutores podem usar serviços de redirecionamento como ShipGerman ou Easy-Delivery, que recebem compras em endereços europeus e encaminham para território brasileiro.
O real fraco encarece tudo que vem de fora
Para o Brasil, a dependência do câmbio é especialmente dolorosa. A maioria das peças é importada ou feita com materiais importados. O real enfraquece contra o dólar, e automaticamente tudo fica mais caro. Mesmo que o preço na Alemanha não mude, no Brasil sobe pela variação cambial.
Os impostos alfandegários somam valor considerável. A produção local também depende de importações de equipamentos e materiais. A inflação interna força fabricantes a reajustarem preços constantemente.
As peças modernas custam mais, mas também duram mais
Antes, um termostato era uma válvula mecânica de 50 reais. Hoje em dia é um bloco eletrónico com sensores de 300. Os travões eram simples. Agora têm ABS e sensores de desgaste. A eletrónica custa sempre mais — mais tecnologia, mais precisão na produção.
Em compensação, as peças modernas duram mais. As pastilhas cerâmicas superam as comuns em vida útil. Os óleos sintéticos permitem trocar a cada 15 mil km em vez de 10 mil. Mais caro na compra, mas mais barato na manutenção.
O mercado alternativo já representa 40% das vendas
O mercado de peças não originais cresce mais rápido que o original e já ocupa cerca de 40% do total. Os condutores descobriram uma verdade simples: é possível ter qualidade comparável por menos dinheiro.
A Bosch, Valeo, Mahle, Denso, são empresas que fabricam peças para as linhas de montagem da BMW, Volkswagen, Fiat. As mesmas fábricas, os mesmos padrões. Quando vendidas sob a marca do fabricante e não da montadora, o preço cai consideravelmente. Você paga pela qualidade, não pelo logótipo. A diferença pode chegar à metade do preço.
Para opções ainda mais acessíveis, considere marcas como a Ridex peças de qualidade com excelente custo-benefício, populares entre condutores atentos ao orçamento.
Compre de vendedores verificados, verifique certificados, leia avaliações e compare características. A escolha inteligente no aftermarket economiza milhares de reais por ano mantendo a segurança.
Os carros elétricos simplificam a vida do condutor
Os componentes para elétricos custam mais na compra, mas falta metade do que quebra num carro comum. Sem óleo, filtros, velas, escape, embraiagem, correia. Menos consumíveis, menos idas à oficina.
Os motores elétricos funcionam centenas de milhares de quilómetros sem reparações. As baterias têm garantia de 8–10 anos. Os travões desgastam mais devagar por causa da travagem regenerativa. O investimento inicial é maior, mas poupa depois.
Cinco formas práticas de economizar agora mesmo
O mais importante é saber como agir. Aqui estão estratégias práticas que funcionam.
Primeiro, estude marcas aftermarket como a Bosch, Valeo ou Ridex. Estas entregam frequentemente qualidade comparável por menos. Compare opções, leia sobre o fabricante e confira avaliações. Uma hora de pesquisa economiza 30–40% do orçamento.
Segundo, encomende com antecedência quando a reparação pode ser planeada. As compras urgentes custam mais. Troca de óleo por quilometragem? Peça com duas semanas de antecedência. A entrega da Europa demora 10–14 dias, mas a poupança compensa.
Terceiro, compare preços online e offline. As lojas virtuais economizam em renda de pontos comerciais. Essa economia vai para os clientes — online costuma ser 20–30% mais barato.
Verifique a reputação em plataformas como a Trustpilot, onde compradores deixam avaliações honestas. A europeia AUTODOC, uma das maiores lojas online de peças para automóveis, tem uma avaliação de 4,7 sobre 5 baseada em quase 12 mil avaliações reais. Quando milhares recomendam uma loja, isso diz muito.
Observe a quantidade de avaliações, a nota média e a atualidade dos comentários. Compare as condições de devolução e prazos.
Quarto, calcule o custo por quilómetro, não só o preço de compra. As pastilhas baratas que duram metade saem mais caras.
Quinto, use tecnologia. Apps de seleção por NIV evitam erros. Serviços de comparação mostram onde está mais barato. Lembretes automáticos ajudam a planear. Tudo grátis e poupa centenas de reais.
O mercado está a mudar a favor do consumidor
Os preços sobem, mas não há motivo para pânico. O mercado fica mais diversificado — surgem alternativas de qualidade, a logística melhora, a competição cresce. O aftermarket conquista quase metade do mercado, oferecendo uma escolha real aos condutores.
Comprar original na primeira loja leva a pagar demais. Estudar o mercado, comparar opções e planear gera economia sem perder qualidade.
O mercado brasileiro está em transformação. Os investimentos crescem, as tecnologias evoluem, as alternativas multiplicam-se. Quem se adapta mantém o carro sem gastar fortunas. O mais importante é procurar soluções ativamente — estas existem e funcionam para quem está disposto a gastar uma hora a estudar em vez de mil reais a mais.